Reflexão Por: Ygor Coelho

Reflexão Por: Ygor Coelho

História de Sucesso:Padre GABRIEL VILA VERDE

Por: Ygor da Silva Coelho

Meus textos relatando histórias de sucesso de personalidades do nosso município têm abordado nomes do contexto empresarial, da arte, ciência e também, o lado religioso.

Na maioria, homens e mulheres de origem simples que venceram muitas barreiras, engrandecem o nome de Cruz das Almas e se tornaram referência para a juventude.

O Padre GABRIEL VILA VERDE é natural de Maragogipe-BA, tive a honra de conhecê-lo cedo, por intermédio do seu pai, José Paulo Vila Verde, meu amigo e vizinho de fazenda.

Frequentou o Colégio Cruz das Almas, formou-se em Filosofia e Teologia pela Universidade Católica de Salvador e, atualmente, é padre e administrador da área pastoral da Igreja de São Roque, localizada no Bairro da Chapadinha/Embrapa.

Jovem, carismático, culto, autor de vários livros religiosos, o padre Gabriel Vila Verde é um incentivador da religiosidade, das boas ações e da solidariedade entre os homens.

O seu jeito de ser tem despertado vocações na comunidade e o reconhecimento ao seu trabalho ultrapassa os limites do nosso Estado. Não raro, o jovem Padre Gabriel é convidado para eventos e celebrações, inclusive noutros países, notadamente Portugal e França.

Como católico e cruzalmense, louvo e agradeço a Deus por permitir ter em nossa Diocese alguém dotado de tão sublime vocação e tamanho dom sacerdotal, trazendo-nos sabedoria e exemplos dignificantes de amor ao próximo.

A sociedade atual passa por transformações rápidas e a juventude do século XXI se vê perante desafios nunca previstos. As palavras, os conselhos e o direcionamento de líderes comunitários promovidos pelo Padre Gabriel são dádivas, um prêmio que Deus depositou no seio da nossa comunidade. Celebremos!

E mais do que celebrar sua presença, devemos agradecer ao Padre Gabriel pelas pregações cativantes, pelas palavras bem postas. Palavras que em momentos difíceis abrandam dores e nas horas oportunas fazem sorrir, tornando a vida alegre, feliz, conforme é o desejo do Senhor.

A vocação para o sacerdócio, por ser um dom divinal, exige abrir mão de coisas importantes na vida, como a convivência com a família, o conforto, os amigos e a liberdade. É preciso desapegar-se de facilidades do mundo moderno, para estar mais próximo das necessidades humanas e desejos de Deus.

O jovem Gabriel não mediu esforço, teve apoio familiar, seguiu em frente, alcançou a ordenação e cumpre dignamente o seu papel.

No momento em que escrevo estas linhas, sinto que não falo apenas por mim, mas pelos amigos, pelos paroquianos, pelos movimentos pastorais, pelos leitores dos seus livros e milhões de seguidores mundo afora.

Padre Gabriel Vila Verde, um cruzalmense de coração que honra a família, a igreja católica e os conterrâneos. Um homem de fé, um jovem vencedor, um nome na história. História de Sucesso.

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Reflexão Por: Ygor Coelho

HISTÓRIA DE SUCESSO Regina Celi Oliveira

Por: Ygor da Silva Coelho

Se pensarmos em personalidades que se destacam na economia, na ciência, nos negócios ou na religião, logo surgem na mente nomes masculinos.

Se o pensamento se volta para mulheres que fizeram história, o esforço para lembrar nomes será maior, por vivermos em um mundo de predominância masculina, onde as mulheres precisam da mais alta competência para vencer as barreiras, construir seus espaços e empreendimentos.

Mais do que empresárias, são mulheres que conseguem somar os papéis de mãe, avó, dona de casa e cidadã, sem diminuir sua capacidade empresarial.

Essa introdução é para chegar ao exemplo da cruzalmense REGINA CELI OLIVEIRA, responsável por dar continuidade à Cofel -Comercial de Ferragens Ltda – empreendimento fundado por seu pai, o empresário Gorgônio Oliveira.

Regina Celi é natural de Santo Antônio de Jesus, mas adotou Cruz das Almas como cidade do coração. Casada, com dois filhos e dois netos, administra o tempo de forma a lhe permitir cuidar da família, gerir os negócios, participar de eventos sociais, cívicos e escolares.

De Gorgônio Oliveira, Regina Celi herdou o dinamismo, a visão de negócios, a simplicidade e a natureza rara e sensível em relação a assuntos da comunidade.

Em Cruz das Almas, a Cofel se destaca pela inovação e criou forte vínculo com cidades circunvizinhas, concretizando a vocação de tornar o município um polo regional.

Algumas definições já foram dadas à Cofel, provavelmente a maior loja de departamentos do interior da Bahia. Gosto de ouvir as definições dos meus conterrâneos sobre a Cofel, porque me remetem à frase de Tolstoi: “Cante a tua aldeia e serás universal.” Temos que valorizar o que é nosso.

Há alguns anos um cidadão com conhecimento de comércio, comentava:

-Assim como a Mesbla, a Cofel tem de tudo, só não tem lanchas.

Numa hora de entusiasmo, que certamente contrariou historiadores, um cruzalmense mencionou:

-Existia uma Cruz das Almas antes da Cofel, hoje existe outra, a Cruz das Almas pós-Cofel! Noutras palavras, a Cofel inovou e impulsionou o comércio local.

Eu não vou tão longe, mas digo que nunca se entra na grande Cofel para não ser atendido com um sorriso.
Essa é mais uma das marcas que a empresária, mãe, avó e cidadã REGINA CELI imprime à loja, mostrando que aquele que trabalha com amor, e ama o que faz, carrega o sorriso no rosto.

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Reflexão Por: Ygor Coelho

A Cruz das Almas que me acolheu e a padaria de Deraldo

Por Ygor da Silva Coelho

Hoje resolvi caminhar por Cruz das Almas e celebrar a cidade que me acolheu, na época um garoto, com apenas 15 anos de idade.
Se tivesse que destacar uma sensação positiva daquele momento ao chegar à Cruz das Almas, eu diria o acolhimento.
Passado tanto tempo, caminhando por suas ruas, lembro-me quais as três primeiras pessoas que conheci na cidade: Antônio Luiz Oliveira Alves, Soninha Souza e Cloildo Guanaes.
Filhos da terra, Antônio Luiz e Sonia deram-me as dicas iniciais. E mais, que isso, almoço aos domingos, convites para aniversários, carurus e tudo que se comemorasse em suas casas. Eu era quase menino, mas já apreciava uma boca livre!
Os colegas citados foram o amparo inicial e, posteriormente, fundamentais na minha formação.
Para quem vinha de Ilhéus, com o mar à frente, aquelas amizades amenizavam algumas saudades. Minha praia, meus amigos, meu clube…
Caminhando por Cruz das Almas segui revisitando lugares, acho a cidade maravilhosa. Não só pela gratidão que carrego por tudo que me possibilitou, também por causa de suas ruas largas, extensas, arborizadas e planejadas. Abençoados sejam os que a projetaram assim no passado, pensando nas gerações futuras.
O movimento atual, o comércio, muitos carros e motos dão-lhe a dinâmica que não havia quando cheguei. O crescimento trouxe riqueza, mas silenciou a poesia.
Em cada quarteirão leio um trecho da minha história. Vejo que a república estudantil “Paraíso dos Inocentes” agora é um centro comercial e a república “Atalaia”, uma clínica médica. A pensão de Nelson permanece como antes, mas a padaria de Deraldo (Del te Ama) agora é loja de variedades.

Falando em Deraldo, tenho a visão do romantismo de outrora. A padaria era mais que simples panificadora, era lanchonete, café, “pub”, bar, “point”.
Um dia Deraldo teve a ideia de colocar, do outro lado da calçada, sombreiros e mesinhas inox de fino gosto, como as da Cubana e do bar Oceania, em Salvador.
Os garçons, Antônio (Coringa) e Clementino (Premiado), atravessavam a rua levando-nos chopes, sucos e drinques. As gurias do colégio CEAT, circulando pela praça passavam pelas mesinhas e, lógico, nem sempre resistiam aos convites para repartir os quindins e brigadeiros. Os quindins não combinavam com o chope, mas o garçom Premiado os levava sabendo das intenções.
Se Hemingway, que a gente tanto lia, tinha o Café de Flore e Les Deux Magots, a gente tinha a padaria, lanchonete, “pub”, bar de Deraldo!

Esse é um dos retratos que guardo da minha Cruz das Almas dos anos 1970.

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Reflexão Por: Ygor Coelho

Passado inspirado, futuro promissor

Por Ygor da Silva Coelho

Nove mil funcionários, dois mil pesquisadores, mais de quarenta unidades de pesquisa no Brasil, inclusive algumas no exterior. Esse era o tamanho da Embrapa na minha época.

Fonte: Revista Cultivar

Eu ainda estava na ativa quando, num determinado dia, o telefone tocou no meu gabinete, em Cruz das Almas. Do outro lado da linha, o presidente de toda estrutura que mencionei acima, um dos fundadores da Embrapa, o Dr. Eliseu Roberto de Andrade Alves. Levei um susto, a princípio não acreditei no que ouvia:

  • É para agradecer a atenção que você deu a Nuno Casassanta, dinâmico e inovador empresário do Norte de Minas. Ele me informou da satisfação que teve no contato com a Embrapa Mandioca e Fruticultura.
    Honrado e sem jeito, respondi…
  • Presidente, fiz apenas o que o senhor ensinou!
    Eu havia atendido o empresário Nuno Casassanta sobre cultivo de limão Tahiti e ele me havia dito que levaria ao conhecimento de Eliseu Alves a sua satisfação. De fato, assim fez.

Mas o mérito da história não era meu, que cumpria apenas o meu papel e minha rotina. Como é de tantos agrônomos e extensionistas rurais pelo Brasil afora.
O mérito do que agora relato está no presidente Eliseu Alves, fundador da mais importante empresa de pesquisa do hemisfério sul, cientista que elevou o Brasil à categoria de um dos maiores produtores de alimentos do mundo, ganhador de prêmios internacionais e, por outro lado, também capaz de telefonar para dar atenção a um simples pesquisador.
Como disse o mestre da administração, o aclamado consultor Peter Drucker, “quando você vê um negócio bem sucedido é porque alguém, algum dia no passado, tomou uma decisão corajosa.”

É o caso de Eliseu Alves. Se vivemos atualmente uma fase áurea na agropecuária e colhemos os frutos é por conta daqueles que tomaram decisões corajosas.
Mas administrar não é só tomar decisões difíceis, também é acenar com a simplicidade de quem conhece os pilares da administração: prever; organizar; coordenar, conhecer e satisfazer os clientes.

Hoje, quando percebo o silêncio dos telefones e dos canais de atendimento de instituições públicas ou privadas, ignorando quem lhes paga o salário, lembro do meu Presidente Eliseu! Quanta diferença, Presidente!

Obrigado por suas lições, obrigado pelo agronegócio brasileiro e pela Embrapa que criou.

*Texto dedicado a Humberto Alves (Betinho), meu competente estagiário na Embrapa, que também fez parte dessa história.

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Meu amigo Heraldo

Por: Ygor da Silva Coelho

Alguém disse que ao se perder um amigo ouve-se o silêncio. Comigo ocorre o contrário, desde que soube da sua passagem para outra dimensão da vida ouço a sua voz.

Ouço a voz no tempo em que estudávamos na Escola de Agronomia da UFBA, ouço o seu violão (que nunca achei que tocasse bem), seus planos, seus projetos. E, principalmente, seus sonhos por um mundo melhor.

No caminhar da vida nossos caminhos foram paralelos: EAUFBA, Instituto de Pesquisas (IPEAL), Instituto IRI, em São Paulo e Embrapa. Separamo-nos quando você se transferiu da Embrapa para a Universidade, optando pelo ensino de genética, uma das mais difíceis disciplinas da Agronomia.

Antes disso, tivemos aquela experiência na fase estudantil, que não era para fracos e nem medrosos. Durante o regime militar, lutar por mudanças, por liberdade e democracia.

Caro Heraldo, ser amigo é compartilhar vivências e colecionar histórias. Por isso, só os mais íntimos sabem da sua coragem, procurando meios para mudar o Brasil e o mundo. Era quando Gilberto Gil cantava “No woman, no cry”, traduzindo a dor que sentíamos no coração:

“Amigos presos / Amigos sumindo assim / Pra nunca mais / Tais recordações, retratos do mal em si / Melhor é deixar pra trás…”

Você era um homem sem limites na coragem, na alegria, na vontade de servir, na solidariedade. Conheci poucas pessoas com um coração tão grande.

No dia do seu falecimento um cidadão humilde, que sabia da nossa amizade, parou-me para revelar uma gratidão:

-Heraldo Vasconcelos foi quem doou para minha irmã carente uma cadeira de rodas e muletas. Agora já não lhe posso agradecer!

-Levarei suas palavras de gratidão até à família Vasconcelos.

Perdemos o convívio com o desportista, o pesquisador, professor, o pai exemplar, o sonhador.

Espero que encontre um mundo melhor na nova dimensão, com a paz que merece. Por certo, encontrará, pois é um homem de fé.

Lembro-me que, por ocasião do falecimento do seu pai, o admirável professor José de Vasconcelos, fiquei comovido e você me consolou: – Não fique triste. Ele foi para um estágio melhor da vida, um plano espiritual. Aquelas palavras ecoam ainda aos meus ouvidos.

E, sendo você um cidadão justo e honrado, certamente seguirá para o mesmo destino do mestre Vasconcelos, onde descansará num mundo celeste e evoluído, como sonhava para todos nós aqui na terra.

Seu amigo,
Ygor

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