Reflexão Por: Ygor Coelho

Reflexão Por: Ygor Coelho

TILLIE WAXMAN: Uma história admirável

Por: Ygor da Silva Coelho

Na próxima série de artigos abordaremos sobre comunidades estrangeiras em Cruz das Almas, a vinda no século passado e suas contribuições para a nossa sociedade. São famílias israelitas, italianas, libanesas, alemãs, que chegaram e aqui deixaram marcas inestimáveis.

Iniciamos a série com uma cidadã do mundo, a norte-americana/israelita/baiana/cruzalmense, TILLIE WAXMAN.

O texto é uma homenagem à professora, um reconhecimento pela sua atuação no ensino em nossa cidade.

Cruz das Almas, por situar-se num roteiro comercial, possuir agricultura diversificada e sediar várias instituições federais e estaduais, atraiu estrangeiros que lhe deram características de uma cidade globalizada e cosmopolita.

Alguns vieram por razões comerciais, outros por motivos técnicos ou industriais. Tillie Waxman veio por razões familiares e culturais, tornou-se professora de Inglês do Colégio Estadual Alberto Torres-CEAT e, aqui vivendo, contribuiu para enriquecer o ensino.

Por que e quando a cidadã internacional Tillie Waxman chegou à Cruz das Almas?

Tillie Waxman nasceu nos Estados Unidos, para onde seus pais judeus migraram, após viver na Rússia.

O seu nome, raro no Brasil, é influência norte-americana, visto ser Tillie uma denominação muito comum no Bronx, bairro simples onde morava com a sua família, em Nova York. Traduzido, o seu nome seria Tília, árvore de grande beleza e valores medicinais.

No período após a primeira guerra mundial, ocorreu forte crise econômica nos Estados Unidos, conhecida como a Grande Depressão e a família optou por deixar Nova York, tomando outros destinos: Brasil, Aracaju e Salvador.

Em Salvador, Tillie foi estudar no Colégio Israelita, onde conheceu Moysés Waxman. A aproximação com o colega Moysés, também israelita, evoluiu para amizade, namoro e o casamento, que lhes proporcionou os filhos George Waxman e Katia Waxman Armoza.

O jovem Moysés inclinou-se pela Agronomia e se graduou na segunda turma da antiga Escola Agronômica da Bahia-EAB, recém instalada em Cruz das Almas. Possuidor de uma natureza carismática, recebeu convite para o ensino, assumiu a disciplina Climatologia e, posteriormente, chegou à função de Diretor da Escola Agronômica.

Paralelamente, Tillie desenvolvia suas habilidades. Nascida e criada em Nova York, foi funcionária do Consulado Americano na Bahia, mais tarde professora de Inglês no Colégio Estadual Alberto Torres (CEAT) e na Associação Cultural Brasil Estados Unidos (ACBEU), em Salvador. Muitos são os ex-alunos, espalhados pela Bahia, que se recordam da excelente mestra.

Em Cruz das Almas, o seu endereço inicial foi o bairro dos funcionários na EAB e depois a vila dos professores. A distância do centro não a afastava dos eventos artísticos e culturais da cidade, onde era figura admirada. Hoje, Tillie Waxman, já viúva do professor Moysés, mora em Guarajuba, no Litoral Norte da Bahia.

Personalidade de rica história, a professora Tillie Waxman marcou época em todos os lugares por onde passou, notadamente em Cruz das Almas, com a sua postura elegante, experiência e saber.

Ser professora é uma profissão de grandeza ímpar, seladora de destinos. Tillie foi mais que isso por levar aos alunos, além do idioma que propunha ensinar, a experiência de uma vida familiar, marcada por fatos históricos, heroísmo e um caminhar pelo mundo. Felizes fomos por seu roteiro de vida incluir Cruz das Almas, a EAUFBA e o CEAT.

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Reflexão Por: Ygor Coelho

História de Sucesso:

ADEMIR LUIZ FERREIRA

Por: Ygor da Silva Coelho

Os estudiosos do desenvolvimento econômico definem que ser empresário é romper fronteiras, conquistar objetivos, sonhar e realizar. Eu penso no empresário ADEMIR LUIZ FERREIRA e o pensamento vai mais longe, ser empresário é, também, pensar no próximo e contribuir para o desenvolvimento regional.

O Sr. Ademir, sócio da REAL CALÇADOS é um empresário de longa história, um homem que Cruz das Almas teve a sorte de abraçar. Chegou à cidade para gerenciar uma loja, revolucionou o segmento de calçados, contribui hoje para movimentar a economia local e gerar dezenas de empregos diretos e indiretos.

A história de Sr. Ademir Luiz iniciou em Patos-MG, onde nasceu em 1952. É um empresário bem sucedido, daqueles que chamamos de “self-made man”, que se formou na universidade da vida. Quando criança, juntamente com os pais e os sete irmãos, residiu até os nove anos de idade na zona rural, mais exatamente no Arraial dos Afonsos, em Patos.

Casado com Ilza Ferreira, na cidade de Patos trabalhou na Casa Pernambucanas e nas lojas Lobato e Confecções Tatão, onde permaneceu por 20 anos. Essas foram as faculdades de Ademir.

No ano 2000 iniciava um novo século para a humanidade e uma nova história na vida do Sr. Ademir, ao aceitar o convite para gerenciar uma loja de calçados, em Valença, na Bahia.

Quatro anos depois, em 2004, surgiu um outro convite, desta feita para a gerência da Irmãos Calçados, hoje Real Calçados, em Cruz das Almas-BA. Aqui juntou-se à sua filha Luciene Ferreira e a Régis Moreira, que já administravam a loja.

Seguiram-se abraços! Cruz das Almas abraçou Ademir, que abraçou Cruz das Almas, onde fez grandes amizades e expandiu negócios. O mais recente deles, uma sociedade com outros empresários no loteamento “Caminho das Árvores”, localizado em área nobre de Cruz das Almas, cujos lotes foram totalmente vendidos em 24 horas.

A história de vida de Ademir Luiz Ferreira é uma lição para os que começam. Empreender não é fácil, exige adaptações, mudanças e sacrifícios. Por isso é que se torna importante mostrar a caminhada de vencedores. ADEMIR LUIZ FERREIRA é uma história de sucesso, um vencedor, um exemplo. Um mineiro que se tornou cruzalmense para orgulho de Cruz das Almas.

E por falar em REAL, um dia Pablo Picasso aconselhou um jovem: “Tudo que você puder imaginar é real!” Ademir parece ter escutado Picasso. Fez crescer a Real Calçados!

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Reflexão Por: Ygor Coelho

Lúcia e Tereza: a caminhada das amigas para o CÉU

Por: Ygor da Silva Coelho

Seria apenas uma caminhada matinal, como recomendam os programas de saúde, em uma estrada da zona rural, sem movimento, preenchida apenas pelo verde e o som da natureza.

Mas o impossível de imaginar acontece, um carro surgiu na curva, atropelou e ceifou a vida de duas amigas: Lúcia Meissner e Tereza Maimone.

Não se trata de uma BR, não é uma Avenida Brasil, uma Dutra ou uma Rio-Bahia, apenas uma simples estrada rural, de terra, ligando povoados, em Brejões-BA.

Elas tinham ido com suas famílias passar o feriado prolongado na paz do sítio, longe de aglomerações e o destino lhe reservou uma surpresa impensável.

Lúcia, funcionária aposentada do INSS, esposa do caro colega da Embrapa, Paulo Meissner.

Tereza, esposa do ex-gerente do Banco do Brasil, em Cruz das Almas, Fernando Motta.

No momento, procuro explicações, tento compreender o incompreensível e decifrar a complexidade da vida. As amigas praticavam um hábito saudável para prolongar a vida. Não voltaram vivas.

Deus deve ter as razões para tirar da nossa convivência pessoas tão distintas, tão queridas e admiradas. Chocou a sociedade cruzalmense, deixou-nos atônitos.

É de se imaginar que, por serem tão especiais, o Senhor quis tê-las ao lado. Esse mundo cruel e em guerra não é um paraíso, elas merecem o melhor: Paz, serenidade e a oportunidade de lá do alto zelar pelos parentes que estão na terra.

Pensar no ocorrido me faz considerá-las MÁRTIRES. O destino as sacrificou para nos fazer ver o que dizia Guimarães Rosa: “Viver é perigoso… Viver é uma travessia perigosa.”

Sacrificaram-se para nos passar esse recado:

  • “Cuidem-se! Cuidado! Em todo lugar, em todas as horas.” Até numa bucólica manhã, de paisagem campestre, na harmonia da natureza, onde apenas se ouve o canto dos pássaros… Foi assim, do nada, que surgiu um carro.

Lúcia, que tão gentilmente me atendia no INSS, o meu muito obrigado! Tereza, minha vizinha na Rua Leonel Ribas, em Cruz das Almas-BA, sempre radiante e atenciosa, meu pesar. Inesquecíveis! O mundo ficou mais triste sem vocês.

Um abraço fraterno aos familiares.

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Cruz das Almas Reflexão Por: Ygor Coelho

“TranZando Moda” – Reflexão por Ygor Coelho

A história de um estilista de Cruz das Almas

Por: Ygor da Silva Coelho

Havia acabado de inaugurar o Mini Shopping Lugarejo, em Cruz das Almas quando surgiu um rapaz. Quase um garoto! Queria alugar uma sala para uma loja de “surfwear”. Não entendi bem a linguagem, já que em Cruz das Almas não há praia, nem surfistas.

Mas o jovem estava convicto do que desejava e trazia como bagagem a experiência de vendas na Jet Set, na época uma conhecida loja de moda da cidade, que rivalizava com a Sacy e pertencia a Péricles Sitônio.

Apostar na juventude é gratificante. Ser jovem é ser sonhador, ser jovem é ser revolucionário e o garoto tinha noção de onde queria chegar. Abriu a loja e conquistou a juventude com suas camisetas e jeans. Tinha bom gosto, comprava fora e revendia.

O lucro, no entanto, era pequeno, melhor seria se confeccionasse. Assim fez, criou a sua marca, moderna, incomum e inconfundível: “TranZando Moda”! A letra Z, em lugar de S, não sei a razão. Seria referência à Força Z, à marca do Zorro ou o ziguezague de um surfista, vestindo sua camiseta “surfwear”?

Apoiar um jovem traz alegria quando vem a realização. E era uma satisfação e orgulho quando eu via nas vitrines de lojas em Aracaju, Feira de Santana, Rio Real, Ilhéus ou Itabuna camisetas com as estampas da “TranZando Moda”.

Nunca eu me satisfazia em apenas olhar. Fazia questão de dizer ao lojista que conhecia a origem da confecção e o “estilista” Alfredo Júnior!

Para se tornar um estilista, o profissional deve cursar graduação em moda ou design de moda. Alfredo não cursou nada disso, era um “self made man”. Fez o caminho com base em seu próprio esforço, suas habilidades e determinação.

Mas morar em cidade pequena, e depender do consumidor de fora, tem um custo maior. Por outro lado, a expansão das Riachuelos, Renner e C&As da vida não dão trégua aos menores, a competição é desigual. E a “TranZando Moda” refluiu, deixando marcas e boas lembranças.

A presente crônica é mais um diálogo entre a Cruz das Almas atual e o seu passado. Na época, Alfredo apoiou eventos culturais e esportivos. Se você encontrar um conservador ainda com camiseta “TranZando Moda” saberá a origem: Design by Alfredo Júnior!

Hoje, Alfredo está noutro ramo, é proprietário da DVD News, Smartphones e Acessórios! Mas um dia, ao seu modo, com sua moda, levou o nome de Cruz das Almas longe.

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Reflexão Por: Ygor Coelho

Histórias de Sucesso:

MANOEL MOACIR MACEDO

Por: Ygor da Silva Coelho

“Procure ser um homem de valor, em vez de ser um homem de sucesso.” Não poderia haver palavras melhores do que essas do cientista Albert Einstein para definir a personalidade do colega Engenheiro Agrônomo Manoel Moacir Costa Macedo: Um homem de valor!

Formado pela Escola de Agronomia da UFBA, em Cruz das Almas em 1976, Manoel Moacir é possuidor de admirável currículo. Enumerar seus feitos, seus cargos, seus títulos, seus dezesseis livros, ultrapassaria o limite de uma crônica.

Com doutorado em Sociologia na Universidade de Sussex (Inglaterra) e Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia, Moacir é um cidadão moldado para romper as fronteiras do conhecimento.

Foi chefe adjunto da Embrapa em Cruz das Almas-BA e em Jaguariúna-SP, foi membro da Diretoria da Embrapa em Brasília, chefe geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Sergipe, Superintendente da Fundação Ceres…

Além do vasto currículo é homem de grande coração. Um coração onde Cruz das Almas está presente nas suas lembranças, esteja ele em atividade na Inglaterra, em São Paulo, Brasília ou Sergipe.

Na sua passagem pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, a época recém-inaugurada, lembro da sua dedicação para vencer desafios e neutralizar políticas contrárias à instalação da unidade em Cruz das Almas. Entidades e figurões do sul do país viam Cruz das Almas como uma pequena cidade, inadequada à instalação do Centro Nacional de Pesquisas. Manoel Moacir era uma voz que fazia o contraponto a essa oposição, onde quer que estivesse, destacando as nossas virtudes e potenciais.

O mundo enfrenta crises na economia, na saúde, na segurança, nas relações sociais e políticas. Nas instituições de pesquisa e universidades, estudiosos se concentram para solucionar os variados problemas. Manoel Moacir sempre fez parte desse time que cria soluções e desenha os caminhos para um futuro melhor.

Atualmente aposentado, mas não satisfeito com a dinâmica do seu passado, participa de eventos e palestras, se faz presente na mídia, jornais e rádios, repartindo os conhecimentos que o tornaram um dos mais destacados técnicos da Embrapa.

Como agrônomo, bacharel em direito e pensador, sabe que é impossível imaginar o mundo sem tecnologia, sem inovação, sem educação, sem equilíbrio social… Associar esses temas, buscando o desenvolvimento sustentável, sempre foi marca na sua vida.

Casado com Rita Macedo, filha do lembrado comerciante cruzalmense Ataíde Passos, é pai de Larissa Macedo.

Manoel Moacir Costa Macedo, embora nascido em Rio Real-BA, leva Cruz das Almas no coração e representa uma história de sucesso, digna de registro entre as personalidades contemporâneas da nossa terra.

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