Por jornalzero75 em 7 de novembro de 2024 às 10:06
A Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) conduziu uma operação em 116 países e informou a prisão de 2.500 suspeitos de envolvimento com o tráfico de pessoas. De acordo com a organização, essa foi “a maior operação contra o tráfico de seres humanos”, resultando no resgate de mais de 3.000 possíveis vítimas.
As prisões ocorreram na terça (5) e quarta-feira (6). As vítimas incluem menores forçados a trabalhar na Argentina, moradores de rua no Iraque traficados, migrantes explorados em casas noturnas na Macedônia e trabalhadores domésticos no Oriente Médio, de acordo com a Interpol.
No Brasil, uma investigação da Polícia Federal descobriu que os integrantes do grupo também auxiliavam na travessia ilegal de migrantes para os Estados Unidos. Em outras regiões, como Filipinas e Mali, a polícia desmantelou um armazém onde mais de 250 pessoas estavam sendo mantidas, além de resgatar 24 mulheres do Togo, vítimas de falsas promessas de emprego.
Por jornalzero75 em 7 de novembro de 2024 às 09:45
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 tem 9.950 participantes maiores de 60 anos, o que representa 0,23% do total de 4.325.960 inscrições confirmadas. O número dessa faixa etária é o maior desde 2020, quando houve o registro de 11.768 idosos inscritos à época.
Nessa quarta-feira (6) o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), coordenador do exame nacional, divulgou dados comparativos de inscrições de 60+, desde 2015.
Número de participantes
· 2015: 10.685;
· 2016: 13.021;
· 2017: 9.619;
· 2018: 9.704;
· 2019: 8.259;
· 2020: 11.768;
· 2021: 6.004;
· 2022: 5.900;
· 2023: 8.531;
· 2024: 9.950.
O Ministério da Educação (MEC) destaca que o aumento de pessoas idosas entre os candidatos do Enem e o ingresso na educação superior acompanham a elevação da expectativa e qualidade de vida dos brasileiros.
De acordo com o Censo de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de habitantes com 60 anos ou mais é de 32,1 milhões, enquanto em 2010 era de 20,5 milhões.
Na mesma linha de crescimento, o Censo da Educação Superior 2023, divulgado no último mês, registrou quase 10 milhões (9.977.217) de matrículas nos cursos de graduação e sequenciais de formação específica — presenciais e a distância. “Desse total, 60.735 matrículas foram de estudantes com 60 anos ou mais. Quase metade dos alunos nessa faixa etária (30.692) ingressou no ensino superior em 2023”, afirmou o MEC em nota.
Demais faixas etárias
O Painel Enem, disponibilizado pelo Inep para acesso a dados dos 4,32 milhões de candidatos confirmados no Enem 2024, mostra que no recorte por faixa etária dos candidatos, dos, 2,9 milhões (67%) têm até 18 anos; 420 mil (9,7%), entre 19 e 20 anos; 639 mil (14,8%), entre 21 e 30 anos; e 350 mil, (8,1%), entre 31 e 59 anos, além dos quase 10 mil (0,23%) com mais de 60 anos, já citados.
Escolaridade
O Ministério da Educação informa também que, dos quase 10 mil candidatos inscritos no Enem 2024 com mais de 60 anos, 558 ainda são estudantes do ensino médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA), modalidade da educação básica voltada a pessoas com mais de 18 anos que não tiveram acesso à educação ou não concluíram na idade certa.
O grupo mais representativo é dos que já terminaram o ensino médio (1,8 milhão). Os concluintes em 2024 são 1,6 milhão dos inscritos.
Entre os inscritos, há 841.546 (19,4%) estudantes do primeiro e do segundo ano do ensino médio e há outras 24.723 (0,6%) pessoas que não cursam nem completaram o ensino médio. Os candidatos desses dois últimos grupos são treineiros, as pessoas que fazem o Enem para testar seus conhecimentos, e os resultados obtidos no exame servem somente para autoavaliação de conhecimentos.
O MEC explica que dados são autodeclaratórios e foram fornecidos no ato de inscrição.
Perfil dos inscritos
A plataforma interativa do Inep revela ainda que dos participantes do Enem 2024, as mulheres são maioria entre os inscritos – equivalem a 60,59%, enquanto os homens representam 39,41%.
Em relação ao custo da inscrição, 63,6% são isentos da taxa de inscrição e 36,4% pagaram o boleto de R$ 85.
Sobre a declaração de raça e/ou cor dos candidatos, a maioria se reconhece de cor parda (1.860.766), seguida da branca (1.788.622) e preta (533.861). Outros 62.288 se consideram de cor amarela e 29.891 se declaram indígenas. Mais de 50 mil participantes não declararam raça ou cor.
Enem 2024
No próximo domingo (10), os candidatos farão as provas de ciências da natureza (química, física e biologia) e matemática da 26ª edição do Enem.
No primeiro dia, os candidatos prestaram provas de linguagens, ciências humanas (história, geografia, filosofia e sociologia) e redação e houve abstenção de 26,6%, dos mais de 4,3 milhões de inscritos este ano.
De acordo com o Inep, a divulgação do gabarito das provas do Enem ocorrerá em 20 de novembro e o resultado final será conhecido em 13 de janeiro de 2025.
Para mais informações, acesse o edital do Enem 2024 com as regras válidas.
Por jornalzero75 em 7 de novembro de 2024 às 09:28
Estudo publicado nesta quinta-feira (7) pela Rede de Observatórios da Segurança mostra que 4.025 pessoas foram mortas por policiais no Brasil em 2023. Em 3.169 desses casos foram disponibilizados os dados de raça e cor: 2.782 das vítimas eram pessoas negras, o que representa 87,8%.
Os dados do boletim Pele Alvo: Mortes Que Revelam Um Padrão, que está na quinta edição, foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) em nove estados. Em todos eles, o padrão é de uma proporção muito alta de pessoas negras mortas por intervenção do Estado: Amazonas (92,6%), Bahia (94,6%), Ceará (88,7%), Maranhão (80%), Pará (91,7%), Pernambuco (95,7%), Piauí (74,1%), Rio de Janeiro (86,9%) e São Paulo (66,3%).
Para a cientista social e coordenadora da Rede, Silvia Ramos, os números são “escandalosos” e reforçam um problema estrutural do país: o racismo que atravessa diferentes áreas como educação, saúde, mercado de trabalho, mas que tem sua face mais crítica na segurança pública.
“O perfil do suspeito policial é fortalecido nas corporações. O policial aprende que deve tratar diferente um jovem branco vestido de terno na cidade e um jovem negro de bermuda e chinelo em uma favela. A questão é: 99,9% dos jovens negros das favelas e periferias estão de bermuda e chinelo. E todos passam a ser vistos como perigosos e como possíveis alvos que a polícia, se precisar, pode matar”, diz a pesquisadora.
Na análise por estados, a Bahia é a unidade da Federação com a polícia mais letal, com 1.702 mortes. Esse foi o segundo maior número já registrado desde 2019 dentre todos os estados monitorados. Na sequência, vem Rio de Janeiro (871), Pará (530), São Paulo (510), Ceará (147), Pernambuco (117), Maranhão (62), Amazonas (59) e Piauí (27).
“O que a gente vê na Bahia é uma escalada. Desde que a Rede começou a monitorar o estado, houve um aumento de 161% nas mortes. De 2019 a 2023, aconteceu o seguinte dentro da polícia baiana: em vez de coibir o uso da força letal, houve incentivo. Pode ter certeza, não é só porque os criminosos estão confrontando mais a polícia. É porque tem uma polícia cuja ação letal foi liberada”, diz a cientista social. “Se os policiais matam muito, recebem congratulações dos comandantes e incentivos institucionais, a tendência é que tipo de ação violenta seja cada vez mais incentivada”.
Na análise por estados, a Bahia é a unidade da Federação com a polícia mais letal, com 1.702 mortes. Esse foi o segundo maior número já registrado desde 2019 dentre todos os estados monitorados. Na sequência, vem Rio de Janeiro (871), Pará (530), São Paulo (510), Ceará (147), Pernambuco (117), Maranhão (62), Amazonas (59) e Piauí (27).
“O que a gente vê na Bahia é uma escalada. Desde que a Rede começou a monitorar o estado, houve um aumento de 161% nas mortes. De 2019 a 2023, aconteceu o seguinte dentro da polícia baiana: em vez de coibir o uso da força letal, houve incentivo. Pode ter certeza, não é só porque os criminosos estão confrontando mais a polícia. É porque tem uma polícia cuja ação letal foi liberada”, diz a cientista social. “Se os policiais matam muito, recebem congratulações dos comandantes e incentivos institucionais, a tendência é que tipo de ação violenta seja cada vez mais incentivada”.
No Ceará e no Pará, foram registradas quedas mais discretas de mortes por intervenção do Estado: 3,3% e 16% respectivamente. Mas o número de vítimas negras aumentou em 27% no Ceará e em 13,7% no Pará.
Na Bahia, há uma crescente exponencial, com registro de três vítimas negras por dia em 2023. O número de vítimas aumentou em 16,1%. Pernambuco foi o estado que registrou o maior aumento no número de mortos, com 28,6% mais casos que em 2022. Já São Paulo quebrou o histórico de redução e aumentou em 21,7% os óbitos nas ações da polícia.
Dados ausentes
Pela primeira vez desde 2021, quando passou a integrar o estudo, o Maranhão forneceu dados de raça e cor de vítimas da letalidade policial. Mas de maneira incompleta: 5 a cada 7 vítimas não tiveram o perfil racial reconhecido, ou seja, a informação estava presente em apenas 32,3% dos casos.
O Ceará teve uma leve melhora, mas 63,9% das vítimas ainda não têm raça e cor reconhecidas. No Amazonas, esses são 54,2% dos casos. No Pará, os não informados representam 52,3%.
No total, 856 vítimas não possuem registros de raça e cor nos nove estados. Os organizadores do estudo reforçam a importância de que os governos sejam transparentes e incluam esses dados em 100% dos casos para uma análise qualificada da realidade. Desta forma, afirmam, o Poder Público poderá direcionar esforços para uma sociedade mais segura para todos.
Secretarias
A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com algumas das secretarias estaduais de segurança para se manifestarem sobre o estudo.
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) disse que tem “investido na qualificação dos agentes e em equipamentos tecnológicos que legitimam as ações de segurança, como o uso de 1.600 câmeras corporais (bodycams) por agentes. Além disso, foram adquiridos para as polícias Militar e Civil armamentos de incapacitação neuromuscular, visando a contenção sem risco de lesões graves”.
E que também tem sido implementadas políticas de inclusão social, como as nove Usinas da Paz, complexo multifuncional estadual com serviços gratuitos de promoção da cidadania e de combate à violência. A Segup atribui a essas iniciativas a redução de 15,89% nas Mortes por Intervenção de Agentes do Estado (MIAE) de janeiro a dezembro de 2023, na comparação com o mesmo período de 2022.
Já a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro informou que se baseia nas estatísticas criminais oficiais produzidas pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). E cita a categoria Letalidade Violenta, em que houve redução de 15% no acumulado e de 16% no último mês, em comparação com os mesmos períodos de 2023. A categoria, no entanto, junta em um mesmo grupo tipos de violência distintos, como homicídios dolosos, latrocínios (roubos seguidos de morte), lesões corporais seguidas de morte e mortes por intervenção de agentes do Estado. Disse ainda que “desconhece a metodologia utilizada na pesquisa e a possibilidade de rastreabilidade dos dados”. Acrescenta que “as mortes de criminosos em confronto aconteceram em decorrência de agressões praticadas contra agentes do Estado, que atuam visando a captura e a responsabilização dos mesmos”. E que a “instituição reforça que as ações priorizam sempre a preservação de vidas”.
De acordo com a Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), “as mortes em decorrência de intervenção policial são resultado da reação de suspeitos à ação da polícia”. O órgão garante que todos os casos do tipo são investigados com rigor pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário. A SSP-SP disse estar investindo “continuamente na capacitação do efetivo, aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo e em políticas públicas”.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) disse ter compromisso em “reduzir estigmas e a vulnerabilidade contra pessoas negras” e que dialoga com a Secretaria de Igualdade Racial (Seir) para articular ações de combate à discriminação. A pasta afirmou tratar “todas as mortes decorrentes de intervenção policial com seriedade e transparência”. Informou ainda que vai lançar em breve uma nova tecnologia para cruzar dados estratégicos dos inquéritos policiais e levantamentos da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), assim como o perfil das vítimas de crimes. A secretaria garantiu que os profissionais da segurança pública participam de formações iniciais e continuadas para o atendimento humanizado às pessoas negras e demais grupos vulneráveis.
Os governos da Bahia e de Pernambuco não responderam até o momento.
Por jornalzero75 em 7 de novembro de 2024 às 09:04
Em uma movimentação estratégica para retornar à corrida eleitoral em 2026, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avalia a possibilidade de uma aliança com o ex-presidente Michel Temer (MDB), que poderá ocupar o posto de vice em sua chapa. A parceria, conforme revelado pelo Blog de Esmael, tem um caráter pragmático e visa garantir a elegibilidade de Bolsonaro, que atualmente enfrenta desafios legais para se manter competitivo no cenário político.
A possível aliança com Temer tem uma justificativa estratégica: conhecido por seu perfil “garantista” e por manter boas relações com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, Temer poderia ser um importante aliado na aproximação de Bolsonaro com o STF. Essa aproximação seria crucial em um contexto em que o Congresso Nacional discute a aprovação de um projeto de anistia, que poderia beneficiar Bolsonaro e remover obstáculos legais à sua candidatura.
Além disso, a movimentação sinaliza uma tentativa de Bolsonaro de atrair o centro político, mostrando-se disposto a dialogar com setores mais moderados e comprometidos com a estabilidade institucional. Essa postura, segundo analistas, pode contribuir para reduzir resistências em relação a ele entre membros do Judiciário e outros setores que criticam seu histórico de embates com as instituições democráticas.
Em entrevista recente à Revista Veja, Bolsonaro afirmou ser o único nome com chances reais de vencer o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas próximas eleições. “Falam em vários nomes para disputar 2026, mas, com todo o respeito, chance só tenho eu. O resto não tem nome nacional”, declarou o ex-presidente, enfatizando seu apelo popular e sua confiança na capacidade de liderar uma nova disputa em nível nacional.
Por jornalzero75 em 6 de novembro de 2024 às 11:34
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu oficialmente, nesta quarta-feira (6), a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Em aceno diplomático, o líder brasileiro deseja sorte e sucesso a Trump, mas não antes de reforçar a necessidade de diálogo e colaboração internacional.
“Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada. O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade. Desejo sorte e sucesso ao novo governo.”, escreveu o presidente em seu perfil oficial na rede social X.
Na última semana, o petista declarou apoio à democrata Kamala Harris, durante entrevista a um veículo de comunicação francês. Na ocasião, Lula afirnou que uma vitória democrata era um caminho mais seguro para o fortalecimento da democracia mundial.
Pronto para trabalharmos juntos como fizemos por quatro anos. Com suas convicções e as minhas. Com respeito e ambição. Por mais paz e prosperidade”, disse.
Já o presidente de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o retorno histórico de Trump à Casa Branca oferece “um poderoso compromisso com a grande aliança entre Israel e a América”. Tambem fizeram comentários o primeiro-ministro inglês, Keir Starmer, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a primeira-ministra da Itália, Georgia Meloni, que disse que o país dela e os Estados Unidos são “nações irmãs”.
Outro que se pronunciou foi o presidente da Argentina, Javier Milei, que celebrou a vitória de Trump. “Faça a América grande novamente. Você sabe que pode contar com a Argentina para executar sua tarefa”.
Mensagens também foram postadas pelo secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Mark Rutte, por Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha, Viktor Orban, primeiro-ministro da Hungria, e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
O governo russo comandado por Vladimir Putin emitiu um comunicado por meio do porta-voz, Dmitri Peskov, em tom que não foi de comemoração pela vitória do republicano: “Não vamos nos esquecer de que estamos falando de um país hostil que está envolvido, direta e indiretamente, numa guerra contra nosso Estado”.