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Varíola dos Macacos: entenda a doença que vem causando pânico pelo mundo

A doença foi identificada pela primeira vez em 1958, entre macacos em laboratório. Os primeiros casos em humanos foram registrados em 1970, na República Democrática do Congo. De lá para cá, a doença sempre se limitou aos países africanos.

O novo surto, iniciado em maio deste ano, espalhou o vírus para, até o momento, 75 países, com prevalência da transmissão pelo contato sexual. No entanto, a transmissão ocorre por troca de gotículas, compartilhamento de toalhas e lençóis com pessoas infectadas. O vírus ainda pode ser passado de mãe para filho durante a gestação, através da placenta.

A OMS afirma que 19 mil casos foram relatados à instituição. No Brasil, há 978 casos confirmados, com maior registro em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nesta sexta-feira (29/7), o país registrou a primeira morte pela doença. A vítima era um homem de 41 anos, de Uberlândia (MG), que estava com imunidade baixa por ter linfoma, câncer que afeta as células do corpo.

Apesar do nome, os principais hospedeiros desse vírus na natureza são roedores. Mas primatas não humanos também são afetados por esse tipo de varíola.

O período de incubação (o tempo entre o vírus invadir as células e o aparecimento dos primeiros sintomas) costuma variar de 6 a 13 dias, mas pode chegar até a 21 dias. A partir do início dos sintomas, a infecção pode ser dividida em dois momentos.

P rimeiro, acontece o período de invasão, que dura até 5 dias. Neste momento, o paciente pode apresentar: febre; dor de cabeça forte; inchaço nos linfonodos (conhecido popularmente como “íngua”);
dor nas costas; dores musculares e falta de energia intensa.

Terminado o período de invasão, começa a segunda etapa, que é marcada por feridas na pele. Geralmente, essas marcas cutâneas surgem depois de 1 a 3 dias do início da febre. As feridas costumam se concentrar no rosto, nas extremidades do corpo, como a palma das mãos e na sola dos pés, na mucosa da boca, na genitália e nos olhos. Os médicos relatam que, no surto atual, as lesões têm sido mais frequentemente encontradas na região do ânus e dos genitais.

Elas surgem como feridas planas e, com o passar do tempo, formam pequenas bolhas com líquido dentro. Depois, ganham uma casquinha. Mas o paciente pode ter apenas uma vermelhidão na pele que se assemelha a uma irritação.

Na maioria das vezes, a varíola dos macacos é um quadro autolimitado. Isso significa que, após duas a quatro semanas, os sintomas passam e a pessoa fica bem. Os casos mais severos acontecem com mais frequência em crianças e têm a ver com a condição de saúde e uma grande exposição ao vírus. As complicações também são mais comuns em pacientes com problemas no sistema imunológico.

Quadros graves estão relacionados ao surgimento de pneumonia, sepse, encefalite (inflamação do cérebro) e infecção ocular, que pode até levar à cegueira.

O tratamento da varíola dos macacos envolve o suporte clínico e o alívio dos sintomas, como dor e febre. Geralmente, os profissionais de saúde pedem muito cuidado com a alimentação e a hidratação, para que o organismo tenha boas condições de combater o vírus. Quando o paciente sofre com infecções secundárias, também é possível usar medicamentos específicos para lidar com esses outros vírus, bactérias, fungos ou protozoários.

As vacinas são a principal forma de prevenção. De acordo com a OMS, uma série de estudos observacionais descobriu que o imunizante que protege contra a varíola tem uma efetividade de 85% contra a varíola dos macacos.

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Brasil Estação saúde

É falso que Varíola dos Macacos só afete homens gays, afirmam a Organização Mundial de Saúde e especialistas

A recomendação do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, de que homens que fazem sexo com homens reduzam o número de parceiros sexuais para minimizar o contágio e a transmissão da varíola do macaco, acendeu o alerta em especialistas de saúde e pessoas LGBTQIA+ sobre o risco do novo surto da doença ser estigmatizado como um contágio exclusivo dessa parte da população.

O receio dos especialistas é de que as informações e recomendações sobre a doença crie no imaginário popular o entendimento de que a doença é algo exclusivo de gays ou homens bissexuais, como foi erroneamente feito com o vírus HIV nos anos 1980, quando a doença ficou conhecida como “peste gay” — mesmo com o diagnóstico positivo ser registrado também em mulheres, bebês e usuários de drogas injetáveis.

Para a infectologista do Centro Especializado em Doenças Infectocontagiosas (Cedin) Joana D’Arc, o erro foi que a recomendação de Tedros abriu margem para que a comunidade LGBTQIA+ seja vista como um grupo de risco, o que não é verdade.

“O que existe é um comportamento de risco, no caso aqui é o contato íntimo, que não está relacionado a uma opção sexual ou a determinado grupo. Essa forma de transmissão pode ser feita por todos, não apenas homens que fazem sexo com homens. Além disso, essa via sexual é apenas uma das formas de transmissão, não é exclusiva”, pontua a especialista.

A varíola do macaco também pode ser transmitida por troca de gotículas (como a covid-19) e pela utilização de toalhas e roupas de camas de uma pessoa infectada. “A gente tem alguns pacientes que contraíram por meio do contato em casa com outras pessoas que se infectaram fora. Não é exclusivo da população LGBTQIA+”, compartilha Joana.

A especialista confirma a possibilidade de um estigma ser criado caso as informações não sejam dadas de forma clara. “Infelizmente, hoje em dia no Brasil temos muito preconceito com algumas populações. E quando você analisa que homens que fazem sexo com homens são os que mais se infectaram no momento, temos que ter muita cautela para não estar estigmatizando, como na época do HIV”, diz.

“As formas e as vias de transmissão são comuns para todos nós, repito, todos nós podemos ser vulneráveis”, declara a especialista. “Eles (homens LGBTQIA+) não são risco e nem grupo de risco. Na verdade, eles estão, agora, como vulneráveis pelo que os dados mostram”, diz.

Os dados, de acordo com Joana, devem servir para que os órgãos de saúde façam uma busca ativa e forneçam atendimento médico para essa parte da população. “Os registros têm que ser vistos como uma forma de prevenção e não como uma forma de estigmatizar. Tem que servir para traçar estratégias”, defende.

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Brasil Esportes

Seleção Brasileira Feminina é campeã da Copa América

A Seleção Brasileira Feminina é campeã da Copa América de futebol feminino ao vencer a Colômbia na noite deste sábado (30/7) por um a zero. Quem marcou para o Brasil foi a atacante Debinha, que bateu um pênalti e macou o único gol da partida no estádio Alfonso López, em Bucaramanga.

É a oitava conquista da seleção na Copa América Feminina, com seis jogos, seis vitórias e 20 gols marcados. A equipe comandada pela técnica sueca Pia Sundhage não sofreu nenhum gol. A equipe se classificou para a final ao vencer o Paraguai, por 2 a 0, na terça-feira (26/07). A anfitriã do torneio superou a Argentina por 1 a 0 na semifinal que aconteceu na segunda-feira.

Atualmente, o Brasil é o melhor time feminino do ranking da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), e o 9º melhor do mundo, segundo a Federação Internacional de Futebol (Fifa). E com essa força que caracteriza o futebol brasileiro, as heptacampeãs defendem o título de 2018.

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Brasil

Manifesto pela Democracia passa de 165 mil assinaturas

A “Carta aos brasileiros” já reúne mais de 165 mil assinaturas em defesa da democracia. O manifesto recebeu o apoio desde artistas e empresários a juristas e procuradores do Ministério Público.

A Faculdade de Direito da USP divulgou na última terça-feira (26/07) um manifesto em defesa da democracia e do sistema eleitoral. Batizado de “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, o documento deverá ser lido pelo ex-ministro do Supremo Celso de Mello durante evento em 11 de agosto, na USP. Na data é comemorado o Dia do Estudante.

O atual manifesto é inspirado na Carta aos Brasileiros de 1977 – um texto de repúdio ao regime militar, redigido pelo jurista Goffredo Silva Telles, e lido também na faculdade do Largo de São Francisco.

O texto afirma que o Brasil passa por um momento de “perigo para a normalidade democrática” e faz uma comparação dos ataques ao sistema eleitoral brasileiro ao que chama de “desvarios autoritários” que puseram em risco a democracia nos Estados Unidos.

Integrantes do movimento disseram à CNN que o objetivo é chegar a meio milhão de assinaturas até o dia 11 de agosto, quando o documento será lido num ato nas arcadas do Largo de São Francisco, no centro de São Paulo. A mobilização ganhou força depois que os grupos Prerrogativas, de juristas, e 342, de artistas, entraram em campo para a coleta de assinaturas.

Carta recebeu adesão de dois ministros do STJ: Rogerio Schietti e Sebastião Alves dos Reis Júnior. A advogada Luciana Temer, filha do ex-presidente Michel Temer, também assinou.

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Bahia Brasil

INSS: análise de atestado pode ser feita via aplicativo

A partir desta sexta-feira (29), os segurados da Previdência Social que precisam passar por perícia médica poderão cadastrar a documentação médica por meio do aplicativo Meu INSS, para que a avaliação do atestado seja feita de forma remota por perito médico federal.

É o que prevê portaria conjunta nº 7, publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (29) pelo Ministério do Trabalho e pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ela dispensa a emissão de parecer conclusivo da Perícia Médica Federal para casos de incapacidade laboral do segurado.

Segundo o ministério, a portaria “possibilita a concessão de benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) por meio de análise de atestado ou laudo médico apresentado pelo requerente”.

A portaria prevê, ainda, que a concessão desse tipo de benefício será feita por meio de análise documental do INSS. “Somente será possível nas localidades em que o tempo entre o agendamento e a realização da perícia médica seja superior a 30 dias”, informou o ministério. A expectativa é que, com a medida, o atendimento pericial de segurados ganhe agilidade, reduzindo o tempo de espera por perícias.

Atestado sem rasuras

A portaria descreve todos elementos que devem constar na documentação a ser apresentada para a concessão do benefício.

O atestado ou laudo médico, “além de legível e sem rasuras”, deve conter, necessariamente, informações como nome completo do requerente, data da emissão do documento (que não poderá ser superior a 30 dias da data de entrada do requerimento), informações sobre a doença ou CID [Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde], assinatura e carimbo do profissional com o registro do Conselho de Classe, além da data de início e prazo estimado do afastamento.

“O segurado que já estiver com perícia médica agendada poderá optar pela análise documental, desde que a data de emissão do atestado ou laudo não seja superior a 30 dias da data de quando fizer a opção pela análise documental. Será garantida a observância da data de entrada do requerimento”, informou, em nota, o Ministério do Trabalho.

Tempo

Segundo a portaria, os benefícios concedidos por meio da análise de atestado não poderão ter duração superior a 90 dias, “ainda que de forma não consecutiva”, e o requerimento para novo benefício por meio da análise de atestado somente será possível após 30 dias da última análise realizada.

“A dispensa de atendimento pericial não se aplica a pedido de prorrogação de um benefício já existente. A nova regra também não é válida para a concessão dos benefícios por incapacidade acidentários – aqueles em decorrência de um acidente do trabalho ou doença ocupacional”, esclarece o ministério.

Nos casos em que o benefício não seja concedido devido ao não atendimento dos requisitos estabelecidos na portaria, o segurado poderá fazer o agendamento para a realização de uma perícia médica presencial.

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