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Governo Lula vê desgaste com Juscelino, mas busca evitar atrito com União Brasil

O governo Lula (PT) reconhece o desgaste com as revelações contra o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), mas auxiliares do presidente dizem que no momento não está sendo considerada a demissão do integrante do primeiro escalão da Esplanada.

No Palácio do Planalto, pessoas próximas ao chefe do Executivo afirmam que o caso deve ser acompanhado de perto e que é necessário monitorar os desdobramentos das investigações da Polícia Federal nos próximos dias para avaliar a permanência do ministro.

Como revelou a Folha de S.Paulo, a PF afirma que Juscelino estabeleceu uma relação criminosa com o dono de uma empreiteira investigada sob suspeita de desvios em contratos da Codevasf, estatal federal entregue ao centrão.

Assessores palacianos frisam que as suspeitas que pairam sobre o ministro são da época em que ele era deputado federal, antes de ingressar no governo.

O Planalto trata a situação como sensível também do ponto de vista da articulação política. Apesar do desgaste, o governo não quer criar rusgas com a União Brasil, partido que indicou o ministro para o cargo e que tem ajudado o governo em votações importantes no Congresso.

O tema é ainda mais delicado no momento atual, em que o governo tem pressa para aprovar pautas consideradas prioritárias pelo Ministério da Fazenda para elevar a arrecadação federal. Nas palavras de um vice-líder do governo na Câmara, a União Brasil entregou votos que o Executivo precisava e não há motivos para trocá-lo neste momento.

O partido tem uma bancada de 59 deputados. Na Reforma Tributária, 48 votos da sigla foram favoráveis à matéria e 11 contrários; no arcabouço fiscal, foram 41 votos a favor e apenas 5 contra.

Por outro lado, membros de outros partidos da base governista de Lula avaliam, sob reserva, que causa constrangimento a situação atual do ministro. Eles dizem que o caso gera prejuízos à imagem do Planalto como um todo.

Integrantes da União Brasil já fizeram chegar ao Planalto que não irão abandonar Juscelino. A tese do partido é que ele não pode ser julgado por uma investigação que ainda não foi concluída e tampouco analisada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Essa avaliação não é restrita aos membros da União Brasil. Deputados ouvidos pela Folha de partidos que vão do PT ao PP se esquivaram de comentar o caso, alegando que é necessário aprofundar as investigações. Uma ala de ministros do governo também evita tratar do tema.

Juscelino é um dos principais pontos de desgaste da terceira gestão de Lula na Presidência desde o começo do mandato. Primeiro, virou alvo de notícias negativas após o jornal O Estado de S. Paulo revelar que ele viajou a trabalho com avião da FAB para participar de leilão de cavalos.

Depois, entrou na mira da PF por investigação iniciada após a série de reportagens da Folha que mostrou um esquema com verba de emendas parlamentares na Codesvaf.

Juscelino, no entanto, mantém-se no cargo por ser um dos mais influentes deputados da bancada do partido. Ele também é próximo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A suspeita da investigação da PF que aponta relação criminosa do ministro com um dono de empreiteira se baseia em conversas obtidas no celular do empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP, e estão em relatório enviado ao STF. Na época, Juscelino era deputado federal.

O empresário é apontado como o real proprietário da Construservice, que tem contratos milionários com a Codevasf pagos com emendas parlamentares -ele não aparece como sócio em registros oficiais.

As investigações da PF sobre a atuação da Construservice em contratos da Codevasf ganharam fôlego a partir de reportagens da Folha publicadas em maio de 2022.

Na ocasião, o jornal revelou que a empreiteira chegou a aparecer como a vice-líder em licitações da Codevasf e utilizou laranjas para participar de concorrências públicas na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Procurada pela Folha, a assessoria do ministro enviou nota assinada por seus advogados. Eles dizem que não há nada ilegal nas obras e chamam de “ilação absurda” qualquer suspeita de benefício pessoal de Juscelino por meio das emendas.

“Não há qualquer irregularidade nas obras, cujas emendas atendem a demandas da população, conforme já esclarecido às autoridades. Emendas parlamentares são um instrumento legítimo e democrático do Congresso Nacional e todas as ações de Juscelino Filho foram lícitas”, afirma a defesa.

“São absurdas ilações de que Juscelino tenha tido qualquer proveito pessoal com sua atividade parlamentar, sobretudo construídas a partir de supostas mensagens sem origem e fidedignidade conhecidas”, completa a nota assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.

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Redação do Enem aborda mulheres e invisibilidade do trabalho de cuidar

O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano é: “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”.

A informação foi divulgada neste domingo (5) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Além da prova de redação, na tarde de hoje, os candidatos inscritos no Enem fazem as questões de linguagens e códigos e de ciências humanas. A prova começou às 13h30 e o horário de término é 19h (horário de Brasília).

A prova de redação exige a produção de um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política. O candidato deverá defender um ponto de vista apoiado em argumentos consistentes, estruturados com coerência e coesão, formando uma unidade textual.

Também deve elaborar uma proposta de intervenção social para o problema apresentado no desenvolvimento do texto. Essa proposta deve respeitar os direitos humanos.

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Atriz Lolita Rodrigues morre aos 94 anos; saiba causa da morte

Pioneira da TV no Brasil, a atriz Lolita Rodrigues, morreu aos 94 anos, neste domingo (5), em João Pessoa, capital paraibana.

O corpo da atriz será cremado em uma cerimônia restrita aos familiares.

Lolita Rodrigues estava internada no Hospital Nossa Senhora das Neves. Ela não resistiu a uma pneumonia e morreu na madrugada de hoje.

Lolita Rodrigues, foi uma atriz, apresentadora, locutora e cantora brasileira. Descendente de espanhóis, iniciou a carreira na década de 1940 como cantora nas rádios, transitando posteriormente entre o teatro e a televisão.

Na década de 1950, foi contratada pela TV Tupi, tendo atuado em uma série de programas, telenovelas e teleteatros da emissora. Nesta época, dividiu com o marido, Aírton Rodrigues, a apresentação dos programas Almoço com as Estrelas e Casa dos Artistas, atrações que permaneceram no ar até o ano de 1980, época do fechamento da emissora. Entre os anos 1960 e 1970, também teve passagens pela TV Excelsior e RecordTV, até ser contratada pela Rede Globo na década de 80, tendo atuado em uma série de telenovelas, como Sassaricando (1987), Rainha da Sucata (1990), A Viagem (1994), Kubanacan (2003) e Viver a Vida (2009).

Formou com Hebe Camargo e Nair Bello, suas grandes amigas e colegas de profissão de uma vida inteira, uma das amizades mais engraçadas e lembradas na história da televisão brasileira.

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Fernandinho Beira-Mar alega insanidade e condições precárias de prisão por liberdade 

A defesa de Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, alegou insanidade mental como um argumento para obter sua liberdade. Recentemente, Beira-Mar passou por uma avaliação psiquiátrica. Ele está atualmente detido na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul.

Os representantes legais do traficante alegam que sua suposta insanidade mental é resultado das condições de detenção nas quais ele está submetido.

Em 2021, Fernandinho Beira-Mar divulgou um vídeo afirmando que estava sofrendo maus-tratos enquanto estava no Presídio Federal de Campo Grande. No entanto, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) emitiu uma declaração negando as alegações do traficante, classificando-as como “improcedentes”. Beira-Mar alegou que ficou isolado em uma cela por seis meses após sua transferência para a prisão em setembro de 2019. A administração do presídio justificou o isolamento como uma medida necessária para avaliar o perfil do criminoso, devido à hierarquia entre os detentos.

Além disso, Beira-Mar também relatou a falta de iluminação adequada na cela, que ele descreveu como uma “forma de tortura”. Ele expressou o desejo de ter um ambiente mais adequado para a leitura e estudo, alegando que estava em uma cela escura e sem condições de leitura. Ele também afirmou ter passado quatro meses sem assistência jurídica devido à pandemia e revelou ter feito uma greve de fome para falar com seu advogado. O traficante disse que foi vítima de abuso de autoridade na enfermaria, onde foi internado após encerrar a greve.

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Ao menos 35 ônibus e um trem são incendiados após morte de líder da maior milícia do RJ

Ao menos 35 ônibus e um trem foram incendiados no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (23). Os ataques aos veículos foram uma resposta à morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, um dos líderes da maior milícia do estado.

A situação deixou o trânsito caótico na zona oeste da cidade, com oito bairros afetados —diversas vias foram fechadas. Com isso, as estações ficaram lotadas de pessoas tentando retornar para casa. Filas com dezenas de pessoas se formaram também em pontos de ônibus.

Esse é o dia com mais ônibus incendiados da história da cidade, de acordo com o Rio Ônibus (sindicato das empresas do setor). Dos 35 coletivos destruídos, 30 são municipais e cinco são 5 BRTs (os veículos articulados usados em corredores expressos).

A Supervia (concessionária responsável pelas linhas de trem) confirmou o ataque na estação Tancredo Neves, entre os bairros de Paciência e Santa Cruz, na zona oeste. “Trem que saía de Santa Cruz sentido Central, às 18h04, foi abordado por bandidos nas proximidades da estação de Tancredo Neves. O maquinista foi obrigado pelos bandidos a abrir a porta, a descer da composição e teve que retornar à estação”, diz a nota.

O primeiro ônibus incendiado estava na rua Felipe Cardoso, na altura do BRT Cajueiros, em Santa Cruz.

De acordo com a concessionária que administra o BRT, o corredor Transoeste teve a circulação interrompida. A via expressa liga o bairro da Barra da Tijuca até Campo Grande e Santa Cruz, na zona oeste.

Nesse corredor, três ônibus articulados foram incendiados e atearam fogo a uma estação (Santa Veridiana). Houve tentativa de colocar fogo em outras três estações. A avenida Brasil, uma das principais vias da cidade, também chegou a ser fechada, mas já foi reaberta.

Além disso, a Supervia fechou seis estações: Benjamin do Monte, Inhoaíba, Cosmos, Paciência, Tancredo Neves e Santa Cruz, todas na zona oeste.

Às 18h40, o município entrou em estágio de atenção, o terceiro nível em uma escala de cinco. Nesse horário havia 58 km de congestionamentos na cidade, o dobro da média das últimas três segundas-feiras, de acordo com a prefeitura.

Aplicativos de viagens chegaram a registrar um aumento de até quatro vezes o custo normal de uma viagem.

Doze pessoas foram presas suspeitas de atearem fogo nos ônibus e encaminhadas a presídios federais. O governador Cláudio Castro (PL) disse que os responsáveis pelos ataques vão responder pelo crime de terrorismo.

“Liguei para o prefeito Eduardo Paes [PSD] e para o ministro da Justiça, Flávio Dino. Estamos em comunicação para que possamos, juntos, garantir que o crime organizado terá em nós uma fronteira firme entre a lei, a ordem e o que eles [criminosos] querem fazer nesse estado”, afirmou Castro em entrevista coletiva.

Castro afirmou ainda que colocou todo o contingente das forças de segurança nas ruas por conta dos incêndios.

Nas redes sociais, Paes afirmou que as ações criminosas desta noite atrapalham a vida dos “moradores das áreas que eles dizem proteger”.

“Como prefeito, apelo ao governo do Estado e ao Ministério da Justiça para que atuem para impedir que fatos assim se repitam”, completou.

QUEM É FAUSTÃO, MORTO NESTA SEGUNDA

O incêndios começaram após a morte de Faustão, apontado pelo Ministério Público e pela polícia como o número dois da maior milícia do Rio, hoje conhecida como Milícia do CL.

O grupo é comandado por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, tio de Faustão.

Segundo a polícia, Faustão foi atingido por tiros durante um confronto entre milicianos e agentes da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) e do DGPE (Departamento Geral de Polícia Especializada) em Três Pontes, também na zona oeste da cidade.

O suspeito chegou a ser levado para o Hospital Pedro 2º, mas não sobreviveu, de acordo com a prefeitura.

Outros dois suspeitos foram presos na ação. Com o trio foram apreendidos dois fuzis, uma pistola, 15 telefones, 16 carregadores de fuzil, cinco coletes, munições e rádios comunicadores, segundo a polícia.

Em setembro, Faustão foi denunciado por ser um dos atiradores que mataram o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho. Este, por sua vez, fundou nos anos 2000 a Liga da Justiça, grupo que deu origem à atual milícia comandada por Zinho, segundo a Promotoria.

A advogada de Faustão, Leonella Vieira, criticou a atuação das forças de segurança. “O Estado precisa ser competente para prender e não covarde para executar com tiros nas costas, como rotineiramente vem acontecendo”, disse ela. “A sociedade precisa se questionar porque quando se trata de integrantes da família Braga, o alto escalão da Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro não efetua prisões, apenas execuções.”

Durante sua entrevista coletiva nesta segunda, o governador do Rio disse que está empenhado em prender as três principais lideranças criminosas do estado —entre elas, Zinho. A lista inclui também Danilo Dias Lima, suspeito de chefiar uma milícia e conhecido como Tandera, e Wilton Quintanilha, o Abelha, suspeito de ser um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho.

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