Reflexão Por: Ygor Coelho

Reflexão Por: Ygor Coelho

Canteiros da Cidade: Ygor da Silva

A minha amiga Márcia Valle, jornalista, escritora e fotógrafa, ao me ver na rede social, plantando um canteiro de flores na cidade, revelou-me algo que eu não sabia: – “Em Washington-DC, cantinhos assim são disputados pelas pessoas que querem ter a satisfação de deixar boas marcas na cidade”. 

Penso em Cruz das Almas e lembro de um fato que me chamou a atenção quando cheguei à cidade para morar: A denominação de ruas, fazendo referência às plantas ou árvores que existiam anteriormente nos locais. 

O tempo e os novos batismos se encarregaram de trocar os nomes, mas,  por hábito antigo, ainda chamo Rua do Jenipapo, Rua da Jurema, Cajá, Rua da Palmeira. Aliás, essa é onde resido, antiga Rua da Palmeira. 

Manter o verde nas cidades e estimular a arborização, sempre fez parte dos meus atos. Quando meus pais vieram residir em Cruz das Almas, projetamos a casa deles de modo a preservar um pé de fruta-pão no jardim. Imenso, produtivo e vistoso, ele até hoje serve de referência na hora do “delivery”: 

– Onde é a entrega? 

– Na casa com pé fruta-pão no jardim!

– Sim, sei! 

Agora estamos construindo uma outra residência e na frente do terreno há um abacateiro de muitos anos, herança do ex-proprietário, Dr. Ramiro Passos. Preservar o abacateiro, além da beleza, da sombra e dos frutos, significa preservar a memória de um cruzalmense ilustre que eu admirava. 

Ao contrário do que penso, para alguns auxiliares da obra o velho abacateiro é problema e, desde o início da construção, insistem para retirar a árvore: 

–  O abacateiro ocupa muito espaço! 

E eu, na defensiva do verde e do abacateiro, discordo e vejo soluções:

– Recua a casa e reduz o tamanho da sala! 

– Mas o abacateiro está quase morto! 

– Eu farei uma adubação, ele renovará!

– Frutos caem, vão machucar os carros! 

– É só não parar embaixo! 

Sou otimista e, apesar da dificuldade, estou certo que chegará o dia em que a admiração pelas plantas florescerá em todo o planeta. E não só em alguns lugares, como em Washington-DC, como me disse Márcia Valle!

Para terminar, um verso de Fagner:

“Eu só queria ter do mato

Um gosto de framboesa

Pra correr entre os canteiros

E esconder minha tristeza…”

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Reflexão Por: Ygor Coelho

Por que tanto desamor?

Ygor da Silva Coelho 

Eu vivo em você.  Você me abrigou quando eu estava sem destino. Minha antiga cidade já não me dava futuro, eu vim para cá e coloquei você na vida. Você me deu estudo, conhecimento, profissão, trabalho. Você Cruz das Almas me deu o pão de cada dia, alegrias e luxos que um dia eram sonhos.  Será que eu tenho retribuído com gratidão? 

Essa é uma pergunta que nós, cruzalmenses, deveríamos nos fazer. Gerações passadas nos presentearam com ruas largas, praças e bosques. E a natureza abençoou com chuva na medida certa, noites amenas, sol no verão, outono de frutas, primaveras floridas. E eu? O que faço por Cruz das Almas?

Lamentavelmente, ao caminhar pela cidade não há muitos sinais de amor à terra. A palavra ingratidão pode ser forte, mas o que dizer de passeios quebrados, de árvores quase centenárias condenadas à morte por ervas daninhas, de publicidade sem serventia penduradas há décadas nos postes. Eu escrevi décadas, mesmo!

Há placas cujas letras já não se lê de tão desbotadas. Exemplo? Uma escola de natação já não existe, mas a feia placa permanece no poste há 20, talvez 30 anos. 

Há pouco tempo o bom senso fez  retirar uma placa que sujava a mais bela rua da cidade, a Crisógno Fernandes. Antiga, desbotada e obsoleta, ela anunciava: “Faço dentadura”. Totalmente sem serventia, porque a modernidade odontológica já sepultou a dentadura. E, de tão velha, o protético anunciante também já é sepultado no jardim da saudade. Deus o tenha!

Numa rua do centro um fio arriado incomoda pedestres há meses. O risco de acidente é grande. Pertence à  Claro? TIM? Oi? Até quando permanecerá estendido na calçada? 

A praça principal é imensa, mas muitos preferem estacionar o carro em frente à Catedral e até na rampa de acesso para cadeirantes. 

Enquanto caminho, vejo pessoas que fazem foto ao lado do painel “AM♡ CRUZ DAS ALMAS”. A foto fica linda para jogar no Instagram e no Facebook. O que não fica lindo é jogar lixo na rua, depositar entulho na calçada, fazer da rua esgoto e pregar cartazes em bens públicos.

Há exceções! Sim, há exceções. Mas os ingratos são em maior número. Ingratos de todos os níveis, graduados e não graduados, analfabetos e doutores. 

Ao viajar pelo mundo, admiramos a beleza de San Francisco, Gramado, Campos do Jordão, Bariloche… 

– Que limpeza! Que maravilha! 

Voltamos deslumbrados, mas não aprendemos as lições e continuamos a jogar lixo na via pública.

O que será que nos falta? Inteligência? Consciência? Sentimento de gratidão? Educação? 

Perdoe-nos, Cruz das Almas!

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Reflexão Por: Ygor Coelho

História de Sucesso: Agenor de Jesus Souza

Por: Ygor da Silva Coelho 

Agenor Souza nasceu na localidade do “Bebe Água”, distrito de Cruz das Almas-BA. Filho de lavrador, tendo uma vida simples e rural no Recôncavo Baiano, tudo sugeria que continuasse a tradição da família  cultivando a terra.

Mas a destacada inteligência e a inata curiosidade sinalizavam para ele voos mais altos e um futuro que não seria apenas cuidar das poucas tarefas de terra da família. Sua vocação era o estudo, pesquisa, ciência e negócios.

Agenor mostrou-se um aluno aplicado. Já no Exame de Admissão ao Ginásio foi classificado em primeiro lugar. Mais tarde, prestou vestibular para Agronomia na Universidade Federal da Bahia, formando-se em 1965.

A inteligência e a educação refinada eram notadas. Recebeu convite para estagiar na Agro Comercial Fumageira/Suerdieck. E cresceu com essa empresa. Foi assistente técnico, agrônomo de campo, diretor técnico, chegando a ter sob a sua supervisão 3.500 funcionários. Na época, o conglomerado Agro Fumageira e Suerdieck somava 5 mil funcionários.

Na Agro Fumageira, Agenor aprimorou o cultivo de fumo e introduziu novas tecnologias, elevando a produtividade de 780 para 1.200 kg por hectare. Houve um período em que Agenor e sua equipe atendiam 25% da demanda mundial de fumo para capa. Isso representava um faturamento anual de US$ 12.000.000,00. Uma contribuição extraordinária para a economia cruzalmense.

Como diria o famoso pensador, o futuro pertence a quem acredita nas possibilidades dos seus sonhos. Agenor sonhou bem! Fez curso em Israel, visitou países compradores de fumo, cigarrilhas e charutos. Esteve nos Estados Unidos, Alemanha, Itália, Grécia, Equador, República Dominicana… 

Agenor Souza teve notável participação no crescimento da indústria fumageira, que culminou com o título dado a Cruz das Almas: “Capital do Fumo”.

Nos anos recentes, passou-se a alertar a sociedade para o uso prejudicial do fumo à saúde, mas, num outro momento histórico, a agroindústria fumageira foi relevante para a economia da Bahia e do Brasil. A tal ponto que folhas de fumo e café compõem o “Brasão da Repúblical”. A tal ponto que, por força da indústria açucareira e do fumo, a região chegou a ser visitada por D.Pedro I, D. Pedro  II e pela Princesa Isabel.

As grandes paixões conduzem o homem a grandes realizações. Agenor Souza sempre foi um apaixonado pela agricultura, característica que o levou a vencer desafios e obter conquistas.

Hoje aposentado, Agenor de dedica a escrever a sua história. A HISTÓRIA DE SUCESSO do menino do “Bebe Água”, que correu o mundo levando o nome de Cruz das Almas muito além de nossas fronteiras.

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Reflexão Por: Ygor Coelho

CRUZ DAS ALMAS: Um pouco mais sobre Turismo na cidade

Por: Ygor da Silva Coelho 

Um dia, já num passado distante, cogitou-se mudar o nome de Cruz das Almas. Lembro-me das sugestões, algumas belas, outras estranhas: Santa Cruz, Santa Cruz do Planalto, Agrolândia… Felizmente, prevaleceu a tradição e a história. E me convenci de não haver necessidade de mudar, ao ouvir argumentos óbvios: 

– Traduza os nomes de cidades algumas atraentes do mundo e verá como soam mais estranhos que o nosso!

Outro sólido argumento contra a mudança de nome foi o fato de Cruz das Almas já ser mundialmente conhecida, por conta das instituições existentes, como a histórica Escola de Agronomia e a Embrapa, além da agroindústria fumageira. Quem no mundo científico não leu um artigo ou viu uma pesquisa desenvolvida nessas instituições de Cruz das Almas, esteja na América, Europa, Ásia ou África? 

Cruz das Almas é comentada no Brasil e no exterior, particularmente no meio acadêmico. O que há de se lamentar é que o seu potencial turístico não é devidamente explorado. 

Lembro de quantas excursões recebíamos na Embrapa de importadores de frutas da Alemanha, Espanha e Japão que vinham com o objetivo de conhecer as frutas tropicais inexistentes nas regiões de clima frio. Um tipo de turismo gastronômico. Na época, montávamos mesas multicoloridas com sapotis, sapotas, cajus, graviola, acerola, jaca, pitanga, umbu, mangas, jambo, fruta-pão, mangaba, sucos, doces… A exposição das frutas e delícias encantava os comerciantes e destas visitas resultaram diversos negócios. 

Mas o nosso potencial vai mais adiante. Vai também no sentido de um turismo cultural, para destacar a cidade que poucos conhecem. Nem mesmo seus moradores. Quantos já visitaram um painel de azulejos do artista Udo Knoff, o segundo maior painel do interior da Bahia, localizado na feira municipal, exatamente onde fica o açougue Bella Carne? A importância disso? Um painel do mesmo Udo Knoff localizado na Estação Rodoviária de Feira de Santana é tombado pelo Patrimônio Histórico! Quantos visitam a Mata de Cazuzinha com o olhar que merece o resquício de Mata Atlântica que ameniza nosso clima? 

Não é a primeira vez que abordo o potencial turístico de Cruz das Almas. E não será a última. Acabo de chegar de Baturité, no Ceará, onde visitei o museu daquela cidade, instalado na Estação Ferroviária, um prédio do período imperial. A nossa estação não é tão antiga, mas é igualmente relevante, talvez até mais, Segundo historiadores de Feira de Santana, as estações de Feira e de Cruz das Almas foram projetos do fantástico Oscar Niemeyer. O construtor de Brasília! Recuperar a Estação Ferroviária é obra necessária e urgente! Urgentíssima!

E para finalizar fica a ressalva. Por que Baturité e tantas outras cidades pequenas têm sua história contada em museus e nós não temos?

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Reflexão Por: Ygor Coelho

História de Sucesso: Padre Manoel Oliveira Filho

Por: Ygor da Silva Coelho

PADRE MANOEL! A princípio, todas as pessoas são especiais, mas existem aquelas que ultrapassam a expectativa por sua bondade, pelo carisma e desejo de servir. PADRE MANOEL OLIVEIRA FILHO faz parte desse grupo, é uma das personalidades que honram Cruz Almas com a sua bela história de vida e de dedicação à Igreja Católica.

A inclinação para o sacerdócio foi demonstrada cedo, quando o pequeno Manoel, já como coroinha, auxiliava nas celebrações da Igreja Matriz.

O currículo do Padre Manoel é vasto e rico. Enumerar seus diversos cursos, cargos e funções comporia um livro de tão rica que é a sua história, embora seja ainda um jovem Sacerdote.

Padre Manoel nasceu em Cruz das Almas, em 28 de dezembro de 1966, entre o Natal e o Novo Ano. O período do ano tão significativo já parecia indicar a vinda de um homem destinado a cultivar a alegria, a fé e a espiritualidade.

Citar as primeiras escolas é sempre uma saudosa lembrança e ato de gratidão. Os seus estudos iniciais foram na Escola Pequeno Príncipe, na Escola Walt Disney, nos Colégios Cruz das Almas e Alberto Torres.

Começava a longa e vitoriosa caminhada. Cursou História e Teologia na Universidade Católica de Salvador e fez Mestrado em Jornalismo, na Universidade de Navarra na Espanha.

Foi ordenado sacerdote pelas mãos de Dom Geraldo Magela Agnelo, em 04 de junho de 2000. De lá para cá, vem seguindo uma trajetória de luminosidade, abraçando uma vida repleta de projetos para a construção de um mundo melhor.

O conhecimento, o carisma e as virtudes do Padre Manoel o levaram a ocupar postos relevantes e desempenhar importantes tarefas como a Coordenação da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Salvador, além de fazer parte de várias equipes da Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil – CNBB.

Num mundo hostil, com guerras e conflitos, homens como o cruzalmense Padre Manoel Oliveira Filho nos dão a esperança de dias melhores.

Intelectualmente preparado, enxerga o universo além das dimensões atuais do nosso tempo e transmite confiança. É um homem de fé, um homem de amor, um criador de esperança.

Os que o conhecem sabem dos seus dons para servir e não para ser servido. É invejável a disposição para atender os que precisam da sua palavra e presença.

A missão de ser Sacerdote é árdua, mas sobra-lhe energia para servir. Embora residindo em Salvador, e com tantos afazeres na Arquidiocese, não deixa de dar atenção à sua Cruz das Almas, aos seus familiares e amigos. Sempre atento ao que ocorre na cidade, ouve os apelos, se faz presente e aconselha. Vibra com os avanços da cidade, se preocupa com os problemas.

Sou testemunha da disposição para escutar nossas preocupações e encaminhar as soluções que lhe são possíveis. Ele não esquece a sua amada terra!

A caminhada do menino coroinha até chegar a Professor de Teologia da UCSAL e Delegado Episcopal para Cultura, Educação e Comunicação Arquidiocese de Salvador foi longa. E ele vai além da Bahia, ultrapassa fronteiras do Brasil, pois também é Coordenador Nacional da Pastoral do Turismo junto à CNBB.

A paixão pela Igreja é o seu combustível. É o que o motiva e faz com que tenha energia para tanto. E como ele poeticamente diz, é um “teimoso em seguir Jesus Cristo. Nunca desisto. Insisto”.

PADRE MANOEL OLIVEIRA FILHO é um exemplo de história de sucesso. Cruz das Almas reconhece os seus méritos, agradece por sua vida de doação, por suas orações e intercessões junto ao Senhor.

Obrigado, Padre, pela luta e renúncia a tantos prazeres da vida para dedicar-se às pessoas e seguir as palavras de Cristo.

Que você continue sendo um farol que orienta os que necessitam. Que continue sendo o admirado Sacerdote, o querido Professor de Teologia, um amigo da sua gente.

“O amor de Cristo nos uniu!” Uniu nossas histórias, nossos caminhos, nossos sonhos, nossas realidades… É uma honra ser seu conterrâneo!

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