O primeiro show da turnê “Tempo Rei”, de Gilberto Gil, emocionou o público neste sábado (15/03), na Arena Fonte Nova, em Salvador. A apresentação marcou a despedida do artista das turnês e trouxe momentos de forte carga simbólica, como homenagens à filha Preta Gil, que está em tratamento contra o câncer, e um protesto do público contra a Ditadura Militar.
O espetáculo reuniu milhares de fãs de diferentes gerações. “Estarmos aqui juntos é o sentido profundo de termos nos dedicado a essa longa carreira”, disse Gil durante a apresentação. Aos 82 anos e com mais de 50 de trajetória, o baiano revisitou grandes sucessos, como “Esperando na Janela”, “Se Eu Quiser Falar Com Deus” e “Palco”, que abriu o show com os versos icônicos: “Subo neste palco, minha alma cheira a talco como bumbum de bebê”.
O posicionamento político sempre fez parte da carreira de Gilberto Gil e o show reforçou essa marca. Durante a exibição de um vídeo de Chico Buarque no telão, no qual o artista falava sobre a censura e o impacto do Ato Institucional nº 5 (AI-5), o público começou a gritar “sem anistia”. O momento antecedeu a performance de “Cálice”, canção lançada em 1978, composta por Gil e Chico, com fortes críticas ao regime. Em seguida, imagens de vítimas da repressão foram exibidas, incluindo o jornalista Vladimir Herzoge o ex-deputado Rubens Paiva, ambos mortos sob tortura.
HOMENAGEM A PRETA GIL
Outro momento marcante aconteceu quando Gil dedicou a canção “Drão” à filha Preta Gil, que recentemente passou por internação devido a uma infecção urinária, em meio ao tratamento contra um câncer no intestino.
“Esse show é para mim, para todos, mas especialmente para minha filha Preta”, disse Gil emocionado. O show ainda contou com participações de Russo Passapusso e Margareth Menezes, que surpreenderam o público ao subir no palco para cantar “Emoriô” e “Toda Menina Baiana”, respectivamente.
Fonte: Informe Baiano
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