O descredenciamento da Clínica Cardioimagem por parte da União Médica desencadeou uma onda de insatisfação entre servidores municipais que utilizam o plano de saúde contratado pela Prefeitura. A medida, oficializada por meio de comunicado da operadora, entra em vigor no próximo dia 10 de maio de 2025 e já provocou reações contundentes por parte da categoria, que promete não aceitar a decisão sem resposta.
De acordo com a carta enviada aos beneficiários, o rompimento do vínculo com a Cardioimagem está amparado pelo Art. 17 da Lei nº 9.656/98, e os atendimentos previamente agendados seguirão mantidos. A União Médica assegura ainda que os serviços prestados pela clínica serão redirecionados a outra unidade de saúde no município, cujo nome ainda não foi amplamente divulgado.
Apesar disso, o clima entre os servidores é de revolta. A principal crítica está na falta de transparência e comunicação prévia, além da insegurança quanto à qualidade da nova clínica que assumirá a demanda. A Cardioimagem, apontada como uma das mais procuradas pelos usuários, é referência no município em atendimentos de especialidades médicas e exames cardiológicos.
APLB-Sindicato mobiliza a categoria
Frente à insatisfação generalizada, a APLB-Sindicato, entidade representativa dos profissionais do magistério municipal, deu início a uma mobilização em defesa da manutenção e da ampliação da rede credenciada com qualidade. Um abaixo-assinado foi lançado, convocando os servidores a exigirem uma postura mais respeitosa da União Médica.
“O plano tem tratado os usuários com desdém. A retirada da Cardioimagem é um golpe duro no atendimento à saúde dos nossos colegas. Ou a União Médica melhora a rede, ou vamos lutar pelo cancelamento do contrato coletivo”, diz a nota divulgada pelo sindicato, que reforça o apelo: “Ou melhora ou cai fora!”
O documento pode ser assinado presencialmente na sede da APLB, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A ação é considerada o primeiro passo para pressionar tanto a operadora quanto o poder público municipal a responderem de forma concreta às demandas dos servidores.
O que diz a ANS
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável por regular os planos de saúde no país, estabelece normas claras para descredenciamentos. Segundo o órgão, a substituição de clínicas, laboratórios ou profissionais de saúde pode ser realizada desde que a operadora comunique com 30 dias de antecedência e mantenha a informação disponível aos usuários por 180 dias.
Nos casos de hospitais, no entanto, é necessária autorização prévia da ANS e a garantia de que o novo prestador ofereça serviços equivalentes, além de ampla divulgação da mudança.
Ainda que esteja respaldada na legislação, a substituição proposta pela União Médica é vista com ceticismo pelos usuários, que relatam queda na qualidade do atendimento desde o início do vínculo com a operadora. O descredenciamento da Cardioimagem, segundo os servidores, seria apenas o mais recente episódio de uma série de insatisfações acumuladas.
Prefeitura silencia, servidores pressionam
Até a publicação desta reportagem, a Prefeitura de Cruz das Almas — responsável pelo contrato coletivo com a União Médica — não havia se manifestado sobre o impasse. O silêncio do Executivo municipal tem sido criticado por representantes da categoria, que esperam uma postura mais ativa da gestão diante do descontentamento generalizado.
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