As apostas digitais têm crescido e estão cada vez mais presentes no cotidiano da população brasileira. Seja por jogos digitais ou não digitais, é possível ver um aumento e uma grande repercussão, já que essas plataformas viraram febre no Brasil. Por conta do uso mais constante dessas ferramentas, o vício nas apostas se tornou um dos fatores de preocupação entre médicos e especialistas, já que cada vez mais existe uma procura por este tipo de atendimento.
De acordo com a psicóloga e especialista em transtornos adictivos, Luana Palmeira, o vício em apostas, tanto digitais quanto não digitais, seria um problema influenciado por diferentes questões psicológicas, sociais e biológicas.
“Acredito que primeiro de tudo as recompensas imprevisíveis nas apostas criam uma excitação e expectativa que podem ser altamente viciantes. Com isso vem a sensação de controle, a ilusão de que o jogador tem controle sobre os resultados, especialmente em jogos de habilidade ou onde decisões pessoais influenciam os resultados. Isso gera no sujeito uma excitação e adrenalina. A experiência emocional intensa acompanha o ato de apostar”, explicou Palmeira.
Segundo Luana, questões psicológicas também influenciam neste tipo de vício.
“Tem também alguns fatores psicológicos, estresse, depressão, a substituição e compensação de outra dependência, ou seja, acaba tendo uma ‘troca’ de objeto e outros problemas de saúde mental podem levar indivíduos a usar o jogo como uma forma de escape”, revelou a especialista.
A maior acessibilidade a essas plataformas, o intenso marketing, a cultura de apostas e o impacto econômico também impactam na problemática.
“Os principais fatores são acessibilidade, marketing, cultura de apostas e o impacto econômico. Crises financeiras e dificuldades econômicas podem levar as pessoas a buscar apostas como uma forma de melhorar suas condições financeiras, mesmo que de maneira ilusória. [Fatores] genéticos e biológicos, predisposições genéticas e alterações neuroquímicas podem aumentar a vulnerabilidade ao vício. As ambientais como a exposição precoce ao jogo, pressão social e ambiente familiar. Psicológicos, a exemplo de baixa autoestima, impulsividade, compulsividade e outros quadros de saúde mental”, apontou a psicóloga.
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