De acordo com Eric Breno, considerar o fim do aeroporto como uma perspectiva catastrófica ainda é muito prematuro. Existem possibilidades de recuperação, embora demandem tempo, levando meses para recapacitar tudo e alcançar o estado operacional. No entanto, é importante que o governo não se conforme com a manutenção permanente do Aeroporto Internacional Salgado Filho em sua localização atual. Ele não é mais imune a inundações, e se esse problema se tornar mais frequente, será inviável mantê-lo ali.
Em relação à gestão do aeroporto pela Fraport, é relevante destacar a diferença entre privatização e concessão. Na privatização, o governo vende em definitivo um bem ou empresa para a iniciativa privada, enquanto na concessão, permanece como dono do bem, delegando sua gestão por um período determinado. Portanto, o Aeroporto Salgado Filho e qualquer outro aeroporto concedido no Brasil são de propriedade estatal e administrados por empresas.
Embora a Fraport tenha autonomia na gestão do aeroporto, este ainda pertence ao governo, e os custos não previstos são integralmente responsabilidade deste. Além disso, a concessão não impede a construção de um novo aeroporto, mas nesse caso, a Fraport não é obrigada a contribuir financeiramente para a construção.
É fundamental compreender que a gestão do aeroporto pela Fraport não garante lucratividade irrestrita para a empresa. A relação entre governo e concessionária se assemelha a uma locação comercial, onde o governo é o proprietário e a Fraport a locataria. Portanto, apesar dos lucros obtidos pela Fraport, o aeroporto ainda é responsabilidade do governo brasileiro.
Assim, o governo arcará com a reconstrução do aeroporto, mesmo que de forma indireta, por meio de reequilíbrio econômico-financeiro.
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