O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) afirmou nesta segunda-feira que nunca recebeu líderes de facção em seu gabinete no Ministério da Justiça. A reação ocorre após uma matéria do jornal “O Estado de S.Paulo” ter revelado que Luciane Barbosa Farias, mais conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, esteve na pasta em duas ocasiões com secretários do ministro. Luciene é mulher de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, líder da facção Comando Vermelho no Amazonas, que cumpre 31 anos no presídio de Tefé, no estado. Ela também foi sentenciada a dez anos, mas responde em liberdade. Parlamentares já reagiram ao caso, e o deputado Amom Mandel (Cidadania-AM) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o órgão investigue a pasta.
“Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho. De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que NÃO SE REALIZOU em meu gabinete. Sobre a audiência, em outro local, sem o meu conhecimento ou presença, vejam a história verdadeira no Twitter do Elias Vaz (secretário do ministério). Lendo lá, verificarão que não é o que estão dizendo por conta de vil politicagem”, afirmou.
Secretário de Assuntos Legislativos no ministério, Elias Vaz informou que no dia 14 de março recebeu uma solicitação de audiência por parte da ex-deputada estadual Janira Rocha. Dois dias depois, em 16 de março, Janira teria ido à pasta e levado Luciane como sua acompanhante. “Ela se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário. Repudio qualquer envolvimento abjeto e politiqueiro do meu nome com atividades criminosas”, afirmou.
Com a divulgação da notícia, o nome da facção criminosa e o termo “Ministério da Justiça” chegaram aos assuntos mais comentados do X (antigo Twitter). A agenda recebeu o repúdio de políticos da oposição ao presidente Lula (PT).
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