A Guarda Civil Municipal (GCM) de Salvador, através da Coordenadoria de Ações e Prevenção à Violência (Cprev), vem promovendo atividades físicas guiadas para idosos da capital baiana. A iniciativa tem como objetivo melhorar a coordenação motora, a autoestima e a qualidade de vida deste público acima dos 60 anos. O projeto, intitulado Saúde da Melhor Idade, acontece há quase quatro anos na sede da GCM, na Fazenda Grande do Retiro, às segundas, quartas e sextas-feiras, das 8h30 às 9h30, e no Santo Antônio Além do Carmo, das 8h às 9h. Na Pituba, a iniciativa acontece às terças-feiras, quintas-feiras e aos sábados das 7h30 às 8h30.
São realizadas aulas de educação física de baixa intensidade, alongamento, palestras, passeios e cafés da manhã, dentre outras ações. Ao iniciar as atividades, os idosos passam por uma triagem, com a aferição de sinais vitais. Durante as aulas, um instrutor de primeiros socorros fica disponível, caso haja necessidade de atendimento de emergência clínica ou traumática de algum idoso.
De acordo com o coordenador da Cprev, James Azevedo, o trabalho vai além do bem-estar. “Tem o cuidado, a segurança deles, sempre vemos se eles têm algum problema dentro de casa. Aqui, pensamos muito na inclusão, na saúde física e mental, para que possam sair do processo que muitas vezes pode chegar à depressão. Com o projeto, muitos demonstram ter mais disposição para atividades e isso é gratificante. Hoje, temos 130 idosos participando e, quando eles desistem, seja por qual motivo, eles têm a oportunidade de retornar ou optar também pela capoeira, que é mais leve, para que tenham esse trabalho de mobilidade”, afirma.
O GCM Matheus Monteiro, professor da turma da San Martin desde 2020, é Educador Físico de formação. Ele fez uma avaliação da atividade na vida dos alunos. “Esses idosos muitas vezes estavam esquecidos em casa, sem nenhuma atividade ou lazer. Então, a gente resgata eles para o convívio em um grupo formado na sua maioria por pessoas com mais de 60 anos. Assim, conhecem novas pessoas, novas atividades e vivem essa fase da vida que é a terceira idade. As mudanças são perceptíveis, temos pessoas que chegaram com depressão profunda e hoje resgataram a vontade de viver. Temos idosos que não queriam vir, não viam propósito, vinham uma, duas vezes e agora não perdem uma aula”, conta.
A autônoma Agnalda Cruz, de 72 anos, mora no Calafate e não perde uma aula. “Vai fazer quatro anos que estou aqui e essa atividade representa tudo de bom na minha vida. Meus professores são excelentes e minha saúde hoje é muito boa e agradeço a Deus, aos professores e às amigas da aula. Tenho mais alegria, mais energia, minha vida mudou muito. Temos todo acompanhamento devido. Aqui é a nossa casa”, afirma.
Residente no Retiro, a aposentada Ana Tereza Nogueira, de 59 anos, participa das atividades há três anos. “Isso aqui mudou a minha vida, me ajudou a mudar muita coisa errada na minha vida, e pretendo melhorar mais, convivendo com todo meu pessoal. Minha vida mudou aqui dentro e hoje sou uma outra Ana. As atividades são excelentes, todos tratam a gente muito bem”, comenta.
Moradora da Fazenda Grande do Retiro, a aposentada Maria de Lurdes Santos, de 66 anos, também avalia de forma positiva a atividade. “Tenho dois anos aqui e é uma maravilha. A alegria que eu sinto, mudou muito em mim. Eu já fazia caminhada, mas depois que comecei aqui, minha alegria dobrou. Quando não tem aula, eu fico muito triste. É uma turma abençoada, feliz, preenche um espaço que faltava no meu dia a dia”, diz.
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