O morador do distrito de Tiquaruçu, zona rural de Feira de Santana, Reginaldo de Jesus Santos, informou ao Acorda Cidade que a sua mulher, Nádia Santos da Bôa Morte, 55 anos, morreu após ser internada no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) por complicações da doença transmitida por pombos. A doença causou Insuficiência Respiratória Aguda, Choque séptico, Sepse, Meningite e Hipertensão Arterial.
“No início, os sintomas eram dores de cabeça fortes. Levamos ela na Upa umas quatro vezes, aí na quarta vez conseguimos a regulação para o Clériston Andrade. Lá ao fazer os exames, eles tiraram um líquido da coluna e constataram que foi uma bactéria que se alojou no cérebro, transmitida pelas fezes do pombo”, contou.
As dores de cabeça que Nádia sentia eram constantes e começaram no final de setembro de 2022. “Às vezes ela gritava colocando a mão na cabeça, gritando de dor. Ela tomava vários medicamentos, chegou a tomar até morfina”, disse.
Reginaldo relatou que quando sua esposa foi à Upa, apresentando o sintoma de dores de cabeça, os médicos falaram que era uma enxaqueca.
“Na UPA os médicos diziam que era uma enxaqueca e ela só tomava remédio para enxaqueca e a dor não passava. Ao ser regulada para o Clériston ela ficou na UTI por uma semana, teve uma melhora, retornou para a enfermaria, aí de novo piorou e retornou para a UTI. Mas após alguns dias ela faleceu, foi no dia 2 de novembro de 2022”, relembrou o marido de Nádia em entrevista ao Acorda Cidade.
A doença transmitida pelo pombo foi constatada no HGCA após a realização de exames.
“Ela fez o exame que tira o líquido da coluna, da célula tronco, e o médico descobriu que uma bactéria tinha se alojado no cérebro e foi fatal. A bactéria poderia estar alojada por um ano, cinco anos no corpo dela, aí a imunidade dela abaixou e a doença veio com força, não foi possível combater”, informou.
O marido de Nadia não cria pombos e apontou que sua mulher pode ter contraído a bactéria no local em que trabalhava ou no centro de Feira de Santana. Ela trabalhava com Serviços Gerais, mas estava desempregada.
“Pelo menos aqui onde a gente mora, a gente não cria. O médico falou que poderia ser onde ela morou em Salvador e essa bactéria está alojada no corpo ou aqui em Feira de Santana, no trabalho, ou no próprio centro da cidade”, descreveu.
Nadia deixou três filhos. Ela morava apenas com o marido Reginaldo.
“Morava só eu e ela, os nossos filhos já estão casados. A partida dela foi muito triste, uma dor irreparável. Por isso, eu só quero fazer um alerta para a população”.
Doença do Pombo
O pombo é uma ave que costuma se alimentar de insetos e sementes, e nas cidades, o pombo procura comida principalmente no lixo, local em que ingere fungos, bactérias e outros parasitas perigosos à saúde humana. E assim como qualquer outro animal, se o pombo estiver saudável ele não vai transmitir doenças, porém para estar saudável, o animal precisa ter uma boa alimentação. E este não é o caso do pombo comum, pois, em centro urbanos, a sua alimentação geralmente vem do lixo, tornando-se um hospedeiro de mais de 50 tipos de doenças.
Além disso, além de se alimentar de restos de lixo, este animal vive em locais sujos, nos quais também evacua. Abrindo um portal de transmissão, sobretudo por meio de suas fezes.
Para que a transmissão ocorra o contato não precisa ser direto. As fezes ressecadas que foram pisadas ou levadas com o vento e inaladas já podem ocasionar doenças. Existem doenças causadas por pombos que chegam a ser graves, a depender do sistema imunológico da pessoa, como ocorreu com Nádia. E embora sejam muitos tipos, as mais populares são: Meningite; Salmonelose; Ornitose; Histoplasmose e Criptococose.
Confira algumas medidas de controle, conforme o Ministério da Saúde:
retirar ninhos e ovos;
umedecer as fezes dos pombos com desinfetante antes de varrê-las;
utilizar luvas e máscara ou pano úmido para cobrir o nariz e a boca ao fazer a limpeza do local onde estão as fezes;
vedar buracos ou vãos entre paredes, telhados e forros;
colocar telas em varandas, janelas e caixas de ar condicionado;
não deixar restos de alimentos que possam servir aos pombos, como ração de cães e gatos;
utilizar grampos em beirais para evitar que os pombos pousem;
acondicionar corretamente o lixo em recipientes fechados;
nunca alimentar os pombos.
Compartilhe esta notícia
Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Jornal Zero75. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.