Nas últimas semanas, o Brasil viveu uma série de ataques a escolas públicas e privadas e, pior ainda, intimidações nas redes sociais , na maioria das vezes meros boatos, que estão aterrorizando alunos, professores e pais. O medo gerou reações e buscas para garantir a segurança desses espaços e das pessoas, de governos e de instituições de ensino (até em nível universitário). Os especialistas garantem que é o mesmo problema de todos.
Para a psicóloga Natália Lima, especialista em Terapia Cognitiva Comportamental para crianças e adolescentes, o primeiro passo a ser dado, por incrível que pareça quando se trata de algo com jeito de urgência, é a cautela, assim como o acolhimento emocional das crianças, adolescentes e da própria família para lidar com essas informações.
“Crianças muito pequenas, por exemplo (como as vítimas do ataque em Santa Catarina, que chocou o país), não sabem como agir, então os fatos devem chegar de maneira diferente para elas. Mas vale também aos mais velhos. Minha orientação é de que as famílias expliquem as mudanças que estão acontecendo no ambiente. A família pode falar de segurança em geral, assim como falam de qualquer outro assunto. E deixar a criança à vontade para tirar dúvidas”, comentou.
A psicóloga Giedra Marinho, especialista em infância e adolescência reafirma a ideia de que os pais precisam manter a calma para não passar medo e pânico aos filhos. “É muito importante nesse momento tentar restabelecer a calma, tentar agir com coerência. Os pais não estão conseguindo ter essa calma. Se eles não se sentirem confortáveis para falar ou não estiverem conseguindo lidar até com o seu medo é importante procurar um serviço de psicologia”, ressaltou.
As redes sociais também têm sido um meio de propagação de ideias criminosas. Não significa que todos os casos tenham conexão com a internet, mas existe um crescente surgimento de fóruns ou grupos de ódio em várias plataformas, comentou a especialista.
Nessas comunidades, conteúdos com elogios e celebração a autores de ataques a escolas e à violência cometida por eles circulam com fácil acesso (e têm sido alvo forte das autoridades, sobretudo do governo federal, que pressionou as empresas a retirarem esses conteúdos extremistas do ar).
“A gente tem dois tipos de praticantes dessas violências. Muitos são adolescentes, que sofreram bullying. O outro é de adultos, podem vir a ter algum transtorno mental, inclusive” disse Giedra. Para ela, essas pessoas querem extravasar raiva. “Invadiram uma escola, mas poderiam ter invadido outro local”, concluiu. De fato, nos Estados Unidos, onde o assunto é antigo e medidas já têm sido tomadas no ambiente escolar, os recentes casos de ataques (particularmente armado) têm acontecido em shoppings, templos religiosos e até no metrô.
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