Depois de causar preocupação ao sistema de saúde dos Estados Unidos, as infecções respiratórias causadas pela epidemia de três diferentes vírus, a chamada “tripledemic” —ou tripledemia—, também alertam infectologistas no Brasil.
Tripledemia é a coexistência de três epidemias virais respiratórias. Os vírus são: Sars-Cov-2, causador da covid-19, VRS (vírus sincicial respiratório) e influenza, da gripe.
De acordo com a ACEP (American College of Emergency Physicians, Escola Americana de Médicos de Emergência, em tradução livre), as unidades de emergência dos Estados Unidos andam tão lotadas de pacientes com síndromes respiratórias que a Escola e outros 30 grupos médicos enviaram uma carta à Casa Branca pedindo “soluções imediatas e de longo prazo”.
“Pacientes que não têm para onde ir estão sendo mantidos em departamentos de emergência por dias —semanas ou até meses em alguns casos”, afirmou o presidente da ACEP, Christopher Kang, em comunicado à imprensa. “Isso está sobrecarregando nosso sistema, acelerando o esgotamento do médico de emergência e colocando a vida dos pacientes em risco.” O motivo é a chamada “tripledemic”, segundo a agência de notícias americana HealthDay News.
Nos Estados Unidos, as principais vítimas são crianças, com “aumento acentuado nas hospitalizações pediátricas em todo o país”, de acordo com a Forbes, segundo quem “isso está piorando a cada semana”.
Nenhum desses vírus é novo. Enquanto o SARS-CoV-2 circula desde o final de 2019, o influenza e o VRS existem há décadas. A suspeita de médicos é que muitas pessoas estejam sofrendo uma “dívida imunológica”, já que não foram expostas a esses vírus durante a quarentena contra a covid-19 nos dois últimos anos.
“Está acontecendo agora porque ficamos quase dois anos isolados sem contato com esses vírus, então é normal que tenhamos agora a circulação de todos eles, causando uma epidemia múltipla”, afirmou o infectologista Renato Grinbaum, professor de medicina da Universidade Cidade de São Paulo.
Ele explica que os três vírus “causam manifestações muito parecidas”, como “febre baixa, coriza, dor de cabeça, dor nos olhos, obstrução nasal, espirros e dor de garganta”.
Segundo Grinbaum, não há vacina contra o adenovírus, “que teve um aumento de casos muito expressivo”. Além de se vacinar contra a covid e a influenza, as precauções são as mesmas tomadas contra a covid-19.
“Os cuidados devem ser o uso de máscara pelas pessoas em situação de risco: tanto os idosos e pacientes com comorbidades, quanto quem precisa visitar um grupo de risco”, afirma.
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