Bahia Salvador

Alunos e funcionários têm intoxicação alimentar após refeições no restaurante da Ufba

Dores de barriga, vômitos e mal-estar. Esses foram os principais sintomas que estudantes e funcionários da Universidade Federal da Bahia (Ufba) sentiram nesta quinta-feira (29) após comerem no Restaurante Universitário (RU) de Ondina, em Salvador, durante os horários de almoço e jantar. 

Poucas horas depois, após a digestão, alguns alunos começaram a passar mal, juntamente com os trabalhadores. Há relatos de estudantes que, como ficam o dia inteiro na universidade, comeram a mesma comida no horário do almoço e no jantar, à noite. 

Esse foi o caso de um aluno de BI em Saúde, que tem 25 anos e fez duas refeições. Segundo ele, o almoço foi uma proteína que os alunos chamam de “roupa velha”, que leva carne desfiada com tomate, pimentão e, às vezes, colocam ovos. 

“Algumas horas depois, notei muito desconforto, gases excessivos e enjoo. como eu estudo o dia inteiro na Ufba, precisei comer no jantar também e, após tudo isso, comecei a vomitar muito, dores na barriga, tontura e calafrios”, contou o estudante que, durante conversa com a reportagem, se deslocava para a UPA. 

A estudante do curso de Farmácia, que também não quer se identificar, relatou dores duas horas depois após almoçar no RU. A aluna, de 28 anos, passou tão mal que teve diarreia e vômito a madrugada inteira. 

“Tenho costume de almoçar e jantar todos os dias no RU. Eu só tive uma pequena melhora agora pela manhã quando fui ao hospital com meus pais. No momento em que comi, não senti o gosto de nada estragado, o pior veio pouco mais de duas horas após o almoço de ontem. E detalhe que muitos funcionários vomitaram e passaram muito mal nos entornos da universidade, viu. Na Ufba você tem que andar preparado porque, ou você é assaltado dentro do campus ou passa mal com a comida do campus”, desabafou. 

Mas os problemas não aconteceram só essa semana, dizem os alunos. O estudante Victor, do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Artes, relatou à reportagem que na semana anterior um ovo estragado foi entregue aos estudantes no mesmo restaurante. “Colocaram um ovo com molho de tomate. E eles [funcionários], pegam vários ovos, colocam em uma bandeja, assam e dão para a gente comer. Mas na minha bandeja veio um pedaço de ovo estragado que eu coloquei na boca e, na mesma hora, cuspir logo. Se tivesse colocado pimenta ou arroz e feijão, eu tinha passado mal. Eu não registrei a ocorrência nas entidades responsáveis porque a sala que a gente faz isso, estava fechada”.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para colher informações sobre o Samu que deu assistência aos estudantes e funcionários que passaram mal. Em nota, uma das pessoas que passaram mal, teve gastroenterite. “Houve 4 chamados abertos para atendimento desta ocorrência.  Um dos indivíduos que estava com quadro de gastroenterite foi encaminhado, através da unidade CN13, para a UPA dos Barris. Outras pessoas que estavam com sintomas leves foram orientados a procurar unidade de saúde, pois não havia necessidade de atendimento de emergência”.

Já a Ufba informou, através de um comunicado, que os alunos que passaram mal, fizessem o registro da ocorrência por meio de um e-mail interno. Além disso, o RU de Ondina foi fechado para que a situação fosse investigada, deixando aberto os restaurantes do São Lázaro e da Vitória. Outra informação é que, após a apuração, há a possibilidade de uma nova empresa terceirizada fornecer a comida.

“Iniciamos imediatamente a apuração do ocorrido e enviamos amostra da refeição servida para análise laboratorial na Faculdade de  Farmácia da Ufba. Como medida de segurança o funcionamento do RU será suspenso a partir de 30.09. Enquanto o serviço estiver suspenso, a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil fornecerá auxílio-alimentação para os estudantes em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica”.

Jornal Correio

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