O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o terceiro candidato a ser entrevistado na série de sabatina do Jornal Nacional, da TV Globo, na última quinta-feira (26). Durante os 40 minutos disponibilizados pelo programa, o petista respondeu a questionamentos sobre temas como corrupção, a lista tríplice da Procuradoria-Geral da República, economia, o relacionamento com o Congresso, sua relação com o agronegócio e a militância política do PT e polarização.
O apresentador William Bonner iniciou a entrevista relembrando que o Supremo Tribunal Federal anulou a condenação do caso do triplex e outras ações contra o ex-presidente, concluindo que “portanto, o candidato não deve nada à Justiça”. Em seguida, o jornalista citou os casos de corrupção envolvendo a Petrobras durante o mandato de Lula e questionou como o candidato vai convencer os eleitores de que esse tipo de escândalo não vai se repetir.
“Primeiro, a corrupção, ela só aparece quando você permite que ela seja investigada. Eu queria começar dizendo para você uma coisa muito séria, foi no meu governo que a gente criou o Portal da Transparência, que a gente colocou a CGU para fiscalizar, que a gente criou a lei de Acesso à Informação, a gente criou a lei anticorrupção, a lei contra o crime organizado, a lei contra a lavagem de dinheiro. A AGU entrou no combate à corrupção. Criamos o Coaf para cuidar de movimentações financeiras atípicas, e colocamos o Cade para combater os cartéis”, respondeu o candidato, afirmando ainda que em seus mandatos Ministério Público e a Polícia Federal eram independentes.
Tríplice da Procuradoria-Geral da República
A aprecentadora Renata Vasconcellos questionou ao candidato o motivo de Lula ainda não mencionar como será seu comportamento, caso seja eleito, com relação à escolha da tríplice da Procuradoria Geral da República. O ex-presidente respondeu, então, que primeiro precisa ganhar as eleições e que prometer algo antes de ganhar pode levar a erros.
“Não quero procurador leal a mim. O procurador tem que ser leal ao povo brasileiro. Ele tem que ser leal à instituição. Agora, pode ficar certa de que se eu ganhar as eleições, antes da posse, eu vou ter várias reuniões com o Ministério Público para discutir os critérios que eu acho que é importante para eles e para o Brasil”, concluiu.
Economia
Em seguida, o jornalista William Bonner questionou o candidato sobre como ele iria recuperar o equilíbrio das contas públicas. Lula então relembrou a queda da inflação e da dívida pública em seu primeiro mandato.
“Eu digo sempre, Bonner, que tem três palavras mágicas para governar o país. Três. A primeira delas é credibilidade. A segunda delas é previsibilidade. E a terceira é estabilidade. Você tem que garantir. Primeiro que, quando você falar, as pessoas acreditam no que você fala. Quando você fala na previsibilidade, é porque ninguém pode ser pego de surpresa dormindo com mudança do governo. E a estabilidade é para você convencer, o governo cumprindo com sua tarefa, que os empresários privados do Brasil e os empresários estrangeiros, tenham condições e saibam que tem estabilidade para fazer investimento aqui dentro”, afirmou.
Em outro momento da entrevista, William Bonner afirmou que o candidato havia deixado claro que faria uma gestão na economia diferente da que foi feita. O candidato, então, respondeu que pretende fazer uma gestão de acordo com aquilo que foi construído por ele nos mandatos anteriores
“Eu, hoje, tenho dez partidos junto comigo e ainda tenho a experiência do ex-governador Alckmin comigo. Muita gente pensava, uns anos atrás, que era impossível Lula se juntar com Alckmin, e eu me juntei para dar uma demonstração para a sociedade brasileira que política não tem que ter ódio, política, sabe, é a coisa mais extraordinária para você estabelecer convivência entre os contrários.
Considerações finais
Ao final dos 40 minutos de perguntas e respostas, Lula fez suas considerações finais.
“Eu queria dizer ao povo brasileiro que nós já provamos que é possível cuidar do povo brasileiro. Eu não gosto de utilizar a palavra governar, eu gosto de utilizar a palavra cuidar. Ou seja, tentar colocar o pobre no orçamento do país, tentar fazer com que as pessoas possam chegar à universidade, e vocês sabem que eu tenho orgulho de ter passado para a história como o presidente que mais fez universidades, que mais fez escola técnica. Nós pegamos o Brasil com 3,5 milhões de estudantes universitários e deixamos com 8 milhões. Ou seja, esse país é um país do futuro que nós precisamos construir”, finalizou o candidato.
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