No dia 01 de agosto iniciou-se a coleta domiciliar de dados do Censo Demográfico 2022. Com dois anos de atraso por causa da pandemia, a pesquisa será realizada durante dois meses e meio. A expectativa do IBGE é atingir 50% do país no primeiro mês e 90% no segundo.
De acordo com o IBGE, a previsão é que sejam visitados 75 milhões de domicílios até o início de novembro. O instituto estima que, para coletar dados suficientes sobre a condição de vida dos brasileiros, será necessário percorrer mais de 8,5 mil quilômetros quadrados pelos quatro cantos do país.
Para realizar o censo, o IBGE contratou 183 mil recenseadores, 18 mil supervisores e 10 mil agentes censitários, alocados em 27 unidades estaduais, 566 agências e 6 mil postos de coleta. “Os primeiros resultados do Censo 2022 estão previstos para serem divulgados ainda no fim deste ano. Outras análises e cruzamentos de dados serão divulgados ao longo de 2023 e 2024”, informou o IBGE.
Serão aplicados dois questionários: o básico, com 26 questões; e o de amostra, com 77 perguntas mais detalhadas. A abordagem da população será presencial, pela internet ou por telefone.
Em 2022, a realização do Censo no Brasil completa 150 anos. Desde 1890, a coleta ocorre a cada década — a mais recente foi feita em 2010. Com o adiamento do estudo de 2020, o país completa 12 anos sem dados oficiais sobre seus habitantes. O atraso impacta diversos setores: desde a destinação de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para as mais de 5 mil cidades brasileiras até a criação de políticas públicas de saúde, segurança pública, infraestrutura e educação, por exemplo.
Pela primeira vez, serão incluídas ao questionário perguntas sobre comunidades quilombolas. Até o momento, o país tem apenas estimativas referente a esse grupo, mas não conta com números oficiais sobre a quantidade de pessoas remanescentes de quilombos que habitam no Brasil.
Também serão acrescentadas ao questionário perguntas sobre autismo. A inclusão do assunto passou a ser obrigatória após a publicação da Lei nº 13.861, de 2019.
Apesar dos avanços com a inserção desses dois grupos, informações importantes ainda foram excluídas do Censo. Em junho deste ano, a Justiça Federal ordenou, em caráter liminar, que o IBGE incluísse questões sobre orientação sexual e identidade de gênero nos questionários.
O instituto recorreu da decisão e alegou que a inclusão da pergunta no questionário causaria novo atraso na realização do Censo. Após a justificativa do órgão, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu a determinação que obrigava a criação de questões sobre o tema. A exclusão foi criticada por organizações da comunidade LGBT+, que lamentaram a falta de dados oficiais sobre esse grupo pelos próximos 10 anos, até a realização de outro censo.
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