Cruz das Almas

Cruz das Almas: professor critica retirada de árvores nas ruas Rui Barbosa e Amado Queiroz

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o professor e biólogo Renato de Almeida manifestou sua indignação com a mudança radical na arborização das avenidas Rui Barbosa e Amado Queiroz, em Cruz das Almas. Segundo ele, em apenas dois anos, diversas espécies foram substituídas sem que houvesse diálogo com a população.

Em 2023, predominava o plantio da Pithecellobium dulce, conhecida como mata-fome ou tamarindo-de-manila, uma espécie cheia de espinhos e considerada inadequada para a arborização urbana. Pouco depois, a cidade apostou no Azadirachta indica, o nim indiano, que cresce rápido, mas não atrai polinizadores. Agora, uma nova espécie domina: a Filiceum decipiens, ou árvore-samambaia. Para o professor, essa sucessão acelerada de espécies compromete a diversidade vegetal da cidade.

Renato também criticou a falta de consulta pública sobre as intervenções. Ele lembrou que, em janeiro de 2024, o prefeito — então candidato à reeleição — anunciou o projeto de requalificação das avenidas, com promessa de pavimentação asfáltica, novo canteiro central, iluminação de LED e o plantio de espécies nativas. Um croqui foi apresentado, mas nenhuma audiência foi realizada.

As obras começaram com o corte das árvores e a instalação das luminárias, sempre em períodos de férias escolares, como destacou o professor: “Janeiro de 2024, junho e janeiro de 2025… sempre quando os estudantes da UFRB, do CETEP Alberto Torres e de outras escolas estavam de recesso”.

Em abril de 2025, com as aulas retomadas, houve manifestação pública de estudantes e professores, mas, segundo ele, “quase todas as árvores já haviam sido cortadas”. Somente em maio, a prefeitura instalou placas informativas sobre a obra, prevista para durar um ano, embora o professor questione: “Perdemos essa batalha, as árvores já foram cortadas e o asfalto oferece uma falsa sensação de modernidade, enquanto a governança persiste com velhas práticas viciadas”.

Para Renato, a cidade perdeu diversidade, diálogo e oportunidades de construir uma gestão mais participativa.

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