Brasil

“Petrobras deve investir US$3,2 bilhões até 2028na Margem Equatorial”, diz Deyvid Bacelar

Como conciliar a exploração de petróleo, ainda tão fundamental para a economia mundial, com a transição energética? Esse tema foi apresentado na última sexta-feira (14/2) ao Coordenador Geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, para quem a exploração de petróleo, principalmente na Margem Equatorial brasileira, deve ajudar a financiar os projetos relacionados com energias renováveis no país.
Ele alertou, no entanto, que é preciso trazer para o Brasil as indústrias e a tecnologia, possibilitando que os melhores empregos sejam gerados aqui, e não nos Estados Unidos ou nos países da Europa. “A transição energética justa só será possível se houver uma coordenação do Estado brasileiro. Não pode estar atrelada ao capital privado”, defendeu Bacelar, explicando que os grandes conglomerados industriais, detentores do capital, que vêm realizando os grandes projetos de transição energética no mundo, não vêm respeitando as comunidades que são impactadas, como agricultores familiares, populações ribeirinhas e comunidades quilombolas.
“A matriz energética global ainda necessita de petróleo e de gás natural, por isso falamos em transição energética, e não disruptura energética. Nessa transição, haverá uma convivência inevitável entre combustíveis fósseis com a energia limpa. Só haverá ampliação de nossa matriz energética se houver uma fonte de financiamento. Por isso defendemos a exploração na Margem Equatorial, onde há, segundo estimativas, 31 bilhões de barris de petróleo cuja exploração ajudará a financiar os projetos com energias renováveis”, frisou Bacelar.

De acordo com o líder sindical e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS) do governo Lula, é fundamental que o Ibama autorize a pesquisa de petróleo na Margem Equatorial. “A Petrobrás é uma referência mundial em exploração segura em águas profundas e já tem um plano estratégico sólido para investir US$ 3,1 bilhões até 2028, perfurando 16 poços na Margem Equatorial. No entanto, até agora, só há autorização para dois poços na Bacia Potiguar”, apontou. O Brasil, segundo Bacelar, está ficando para trás enquanto países como Guiana e Suriname avançam, atraindo bilhões em investimentos.
“Essa é uma oportunidade para gerar empregos, fortalecer nossa economia e, acima de tudo, financiar uma transição energética justa. Sem grandes investimentos, como garantiremos o futuro sustentável que todos desejamos?”, questionou.
“O Brasil tem o direito e o dever de conhecer suas riquezas, para planejar o amanhã. Se temos duas regiões historicamente prejudicadas no Brasil, que são as regiões Norte e Nordeste, por que não aproveitar essa oportunidade única de promover o desenvolvimento econômico e social sustentável por ali? O futuro sustentável se constrói com ciência, estratégia e compromisso”.

Compartilhe esta notícia

Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Jornal Zero75. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.

Publicidade

Mais lidas