O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, revelou, na manhã desta segunda-feira (27), durante aula inaugural do Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar da Bahia, que não há baianos deportados dos Estados Unidos na primeira leva do governo Trump, mas reforçou que a gestão estadual está atenta para prestar todo apoio, caso seja necessário.
Conforme ele, a informação foi repassada pela ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Maria Evaristo dos Santos. Ele elogiou a postura do presidente da Colômbia, Petro, que mandou retornar o vôo que trazia deportados algemados ao país.
“O que aconteceu com relação aos brasileiros é revoltante. Eu acho que a postura do presidente Lula foi fundamental. Eu falei ontem com a ministra Macaé, a ministra dos Direitos Humanos, não há baianos entre aquele grupo que chegou, mas nós estamos atentos. Os governos estaduais estão sendo todos convocados a estarem atentos a isso, para prestar o apoio necessário caso haja novas levas de deportação”, apontou Freitas.
“A gente respeita o direito de cada país ter sua política migratória, mas isso jamais pode ser pretexto para a violação de direitos humanos. Brasileiros que não estão presos no Brasil, que não cometeram nenhum crime no Brasil, chegarem algemados no território nacional é inadmissível. Então, eu acho que a postura do presidente Lula foi muito importante, assim como a postura do presidente da Colômbia [Gustavo Petro], uma postura corajosa que restaura, eu acho, uma tradição diplomática de muita altivez da América Latina e essa tende a ser”, ressaltou o secretário de Justiça da Bahia.
“A postura que a gente se coloca com relação aos outros países. Os Estados Unidos é um povo amigo, o Brasil tem uma tradição de solidariedade diplomática com os Estados Unidos e isso não pode ser manchado pela irresponsabilidade do presidente Trump [Donald]”, arrematou Freitas.
Reações
O governo brasileiro, por sua vez, publicou neste domingo (26) uma nota oficial sobre a situação dos deportados vindos dos Estados Unidos que chegaram ao Brasil nesta sexta (24). Segundo a nota, eles foram submetidos a um “tratamento degradante”, já que foram algemados nos pés e nas mãos no voo de repatriação.
Ainda conforme o governo federal, as autoridades brasileiras não autorizaram o seguimento do voo para Belo Horizonte justamente em razão do uso das algemas e correntes, além do “mau estado da aeronave, com sistema de ar condicionado em pane, entre outros problemas”. Segundo o ministério, causou “revolta” nas 88 pessoas a bordo o “tratamento indigno recebido”.
“O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas. O Brasil concordou com a realização de voos de repatriação, a partir de 2018, para abreviar o tempo de permanência desses nacionais em centros de detenção norte-americanos, por imigração irregular e já sem possibilidade de recurso”, diz outro trecho da nota. Ainda segundo o comunicado, o Ministério das Relações Exteriores vai encaminhar pedido de esclarecimento ao governo norte-americano.
Via Off News
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