Um estudo divulgado nesta segunda-feira (06) na revista Nature revelou que aproximadamente 1 em cada 10 novos casos de diabetes tipo 2 e 1 em cada 30 novos casos de doenças cardiovasculares em 2020 podem ser atribuídos ao consumo de bebidas adoçadas, como refrigerantes e sucos industrializados. Segundo a pesquisa, o consumo dessas bebidas contribuiu para 2,2 milhões de novos casos de diabetes tipo 2 e 1,2 milhão de novos casos de doenças cardiovasculares globalmente naquele ano.
O estudo também estimou que 80.278 mortes relacionadas ao diabetes tipo 2 (5,1% do total) e 257.962 mortes por doenças cardiovasculares (2,1% do total) foram atribuíveis ao consumo de bebidas adoçadas. Os dados foram modelados com base em 184 países utilizando o Global Dietary Database, que analisa hábitos alimentares individuais e dados de saúde pública.
América Latina lidera casos associados ao consumo de bebidas adoçadas
A pesquisa aponta a América Latina e o Caribe como as regiões com maior incidência de casos de diabetes tipo 2 (24,4%) e doenças cardiovasculares (11,3%) associados ao consumo dessas bebidas. Adultos com níveis educacionais médio e alto, tanto em áreas urbanas quanto rurais, apresentaram maior proporção de casos atribuíveis ao consumo, com uma média semanal de 248 g.
Especialistas alertam para os impactos na saúde
Camilla Bezenover, endocrinologista da Rede Hospital Casa, ressaltou que o consumo frequente de bebidas adoçadas promove um ciclo alimentar prejudicial, com ingestão excessiva de calorias e ganho de peso, contribuindo para o desenvolvimento de diabetes e outras condições.
Já o cardiologista Arthur Felipe Rente, da Rede D’Or, destacou que mesmo versões “zero açúcar” podem causar impacto metabólico devido aos adoçantes artificiais, que interferem na saciedade e no metabolismo da glicose.
Medidas regulatórias em debate
Dariush Mozaffarian, coautor do estudo e diretor do Food Is Medicine Institute, defendeu políticas como maior tributação sobre bebidas adoçadas, restrições de vendas em escolas e hospitais, e advertências nos rótulos, similares às utilizadas em embalagens de cigarro. No Brasil, o Congresso Nacional já aprovou a inclusão dessas bebidas no “imposto do pecado” da reforma tributária, aguardando sanção presidencial.
Fonte: Bahia Notícias
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