O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, disse na última sexta-feira (27/12) que não faz nenhum sentido a Petrobras continuar pagando dividendos estratosféricos aos acionistas da empresa.
Segundo o sindicalista, que é membro do Conselhão do presidente Lula, há uma expectativa muito alta pela redução em 2025 dos dividendos que vêm sendo pagos a esses acionistas da Petrobras. “Estamos vendo essa redução ocorrer gradativamente, mas é preciso que se chegue à média das empresas petrolíferas internacionais, ou seja, entre 35 e 40% do lucro líquido. Não faz o menor sentido nós termos neste governo dividendos ainda na monta de mais de 70% sendo pagos aos acionistas”, reclamou.
Fazendo um balanço das lutas travadas pelos petroleiros ao longo de 2024, Bacelar sinalizou que 2025 será o ano da colheita, nas grandes negociações coletivas que estão por vir. “Em 2025 espero que consigamos reaver todos os direitos que perdemos nos governos anteriores. Queremos não somente a recuperação, como também a ampliação desses direitos”, frisou Bacelar.
Para o coordenador da FUP, os dois primeiros anos do presidente Lula possibilitaram avanços, como a menor taxa de desemprego da história do Brasil, com 103 milhões de brasileiros empregados formalmente. “Precisamos agora garantir que esses empregos gerem salários de qualidade, com benefícios para a classe trabalhadora. Será um ano de muitas lutas e de muitas conquistas para a categoria petroleira”, afirmou.
De acordo com Bacelar, 2024 foi o ano da consolidação das mudanças iniciadas nesse terceiro mandato do presidente Lula. “Tínhamos uma expectativa muito alta de que as mudanças ocorressem a partir da Petrobras e elas começaram a ocorrer de fato, como por exemplo a reabertura das fábricas que estavam fechadas desde a Operação Lava Jato. “Tivemos a construção da segunda metade da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e a reabertura do Comperj, Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, hoje denominado Complexo de Energia Boaventura em Itaboraí”, enumerou Bacelar. Ele destacou também a reabertura da Fafen – Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados, no Paraná, bem como a conclusão das obras de construção da Fafen em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul – a UFN3, cujas obras estavam paralisadas há 10 anos. “Todas essas obras estão felizmente sendo retomadas, gerando emprego e renda para a população, além de riqueza para os estados e municípios”, destacou Bacelar.
O conselheiro do presidente Lula destacou ainda a retomada de investimentos da Petrobras em todo o Brasil, lembrando que nos próximos cinco anos serão investidos US$113 bilhões, quase meio trilhão de reais. “A Petrobras voltou com o presidente Lula, mas ainda temos muito a avançar. É preciso que as nossas refinarias sejam reestatizadas em 2025”, lembrou. Segundo ele, a Reman, em Manaus, “é hoje infelizmente uma refinaria que não refina e que está ajudando um grupo econômico a ganhar muito dinheiro nas costas do povo brasileiro; a Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde, na Bahia, também precisa voltar para o seio do estado, pois a população baiana paga atualmente o segundo combustível mais caro do país, perdendo apenas para o Amazonas”.
Deyvid defendeu também a reestatização da Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), no Rio Grande do Norte, e a da SIX – Unidade de Industrialização do Xisto, em São Mateus do Sul, no Paraná, “todas privatizadas durante o governo do inominável e inelegível que será preso em breve”.
Deyvid Bacelar festejou que os processos de negociação entre o Fundo Mubadala e a Petrobras estejam bem avançados para a reestatização da refinaria Landulpho Alves. “A gente espera que essa negociação seja concluída agora, em 2025. E a Reman, esperamos ter um final feliz, apesar de o Congresso ter aprovado agora, no apagar das luzes, uma emenda que permite uma sonegação fiscal de 3 bilhões e 500 milhões por ano prejudicando o estado do Amazonas”, opinou. “Entendemos que houve avanço na revitalização da indústria naval brasileira, com os navios que foram anunciados para construção nos estaleiros do país. Mas precisamos avançar mais, pois temos estaleiros que ainda estão parados, a exemplo do estaleiro Atlântico Sul. O estaleiro Enseada do Paraguaçu, em Maragogipe, na Bahia, está retornando aos poucos. A expectativa é que seis navios sejam construídos em São Roque do Paraguaçu por trabalhadores e trabalhadoras do Recôncavo baiano”.
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