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Quase 90% dos mortos por policiais em 2023 eram negros, diz estudo divulgado pela Rede de Observatórios da Segurança

Ato de Luta contra o extermínio do povo preto na Bahia Aconteceu nesta tarde de segunda-feira, 21, no CAB um ato contra o extermínio de negros e a força policial. O ato iniciou em frente ao prédio da Assembléia Legislativa e terminou em frente a governadoria. Na foto: Camiseta com frase contra o racismo Foto: Olga Leiria / Ag. A Tarde Data: 21/03/2022

Um estudo divulgado nesta quinta-feira (7) pela Rede de Observatórios da Segurança revelou que, em 2023, 4.025 pessoas foram mortas por policiais no Brasil. Em 3.169 desses casos, havia informações sobre raça e cor das vítimas: 2.782 eram pessoas negras, representando 87,8% do total.

O boletim “Pele Alvo: Mortes Que Revelam Um Padrão”, na sua quinta edição, utilizou dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) em nove estados, onde o padrão de vitimização é consistentemente alto para pessoas negras.

Para Silvia Ramos, cientista social e coordenadora da Rede, os números refletem um problema estrutural de racismo no país, presente em diversas áreas, mas especialmente grave na segurança pública. “O perfil do suspeito policial é fortalecido nas corporações.

O policial aprende que deve tratar diferente um jovem branco vestido de terno na cidade e um jovem negro de bermuda e chinelo em uma favela”, explica a pesquisadora.

A Bahia foi identificada como o estado com a polícia mais letal, contabilizando 1.702 mortes em 2023, o segundo maior índice desde 2019. Segundo Ramos, a letalidade aumentou 161% desde o início do monitoramento, em 2019, devido ao incentivo ao uso de força letal. Outros estados, como Rio de Janeiro e Pará, também registraram números altos, com 871 e 530 mortes, respectivamente.

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