Brasil

Petrobras avança ao suspender dividendos extraordinários e reforça investimentos, avalia FUP

A Petrobras divulgou seu balanço financeiro do terceiro trimestre, o primeiro completo sob a liderança de Magda Chambriard, e trouxe uma mudança significativa na estratégia de distribuição de lucros. Pela primeira vez em meses, a empresa optou por não realizar pagamentos de dividendos extraordinários, uma decisão elogiada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) como um “avanço importante” para a sustentabilidade da companhia e o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.

Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, elogiou a postura mais comedida da nova gestão, que reduziu os dividendos para o mínimo estipulado pelo estatuto da Petrobrás – R$ 17,12 bilhões. “A ausência de dividendos extraordinários revela uma mudança importante em relação ao que víamos nos últimos trimestres. Agora, os acionistas são remunerados de acordo com a fórmula padrão definida pelo conselho de administração, sem excessos”, afirmou.

Apesar desse progresso, Bacelar destaca a necessidade de ajustes mais amplos. Ele argumenta que a política de dividendos da Petrobras ainda deve se alinhar ao padrão de empresas internacionais do setor, que geralmente remuneram entre 37% e 40% do lucro líquido, enquanto a Petrobras permanece com um índice médio de 50%. “O ideal seria adequar a política de dividendos para um percentual próximo do que grandes petrolíferas praticam no mercado global”, sugere Bacelar.

Além de conter os dividendos, a administração atual, sob Chambriard, expandiu significativamente os investimentos da Petrobrás, com um aumento de mais de 30% em comparação ao mesmo período do ano passado. A FUP reconhece que essa reorientação teve início na gestão de Jean Paul Prates, mas agora se consolida com Magda, que reforçou o foco no setor de exploração e produção (E&P) e interrompeu o plano de desinvestimento da PBio, unidade de biocombustíveis da empresa.

“Magda está promovendo uma Petrobras mais vigorosa do ponto de vista operacional, enquanto equilibra o compromisso com o mercado, pagando apenas o dividendo mínimo previsto. Isso sinaliza uma aposta estratégica na retomada do crescimento e na geração de riqueza para o Brasil, sem descuidar do compromisso com os acionistas”, conclui Bacelar.

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