José Alexandre Passos Silva Goes foi condenado a 18 anos de prisão pelo assassinato de Elitânia de Souza, que ocorreu no fórum Algusto Teixeira de Freitas, ontem, 31, em Cachoeira. Após um julgamento de 11 horas, o Juiz Abraão Barreto proferiu a sentença condenando o réu por feminicídio, emboscada, porte ilegal de arma e descumprimento da medida protetiva.
Um ato público foi realizado em frente ao fórum, com a presença de familiares, amigos, professores e estudantes da UFRB. Durante o protesto, cartazes com mensagens contra o feminicídio e o racismo foram exibidos.
Durante a audiência, o JornalZero75 ouviu os depoimentos apresentados. Elitânia era vítima de agressões psicológicas, verbais e físicas por parte de Alexandre. Mesmo após pedir ajuda e tentar se afastar, ele continuava a persegui-la e a ameaçá-la.
Alexandre Passos confessou o crime durante seu depoimento e pediu desculpas à família da vítima, e perdão à mãe de Elitânia, alegando ter agido por impulso.
Elitânia, uma jovem de 25 anos e estudante de Serviço Social, foi brutalmente assassinada por Alexandre em 27 de novembro de 2019. Ela foi surpreendida e morta a tiros pelo ex-namorado, que não aceitava o fim do relacionamento.
Elitânia era quilombola e engajada politicamente, ativa na universidade e em sua comunidade. Ela era membro do Coletivo de Estudantes Quilombolas da UFRB – Osório Brito e secretária da Associação de Mulheres do Quilombo Tabuleiro da Vitória (AMQTVA).
A Bahia, estado do Nordeste com o maior número de feminicídios, também tem uma taxa de crimes contra a vida da mulher maior do que a média nacional. Segundo dados do Monitor da Violência e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o estado baiano tem 1,4 feminicídios a cada 100 mil mulheres, enquanto o Brasil tem 1,3 casos.
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