A Atividade de Greve, realizada pelo Instituto Federal Baiano, no Campus de Governador Mangabeira, iniciou no próprio Campus e seguiu em direção à praça da cidade, contando com a participação de professores, servidores e estudantes.
A adesão à greve aconteceu em 22 de abril, visando buscar a reestruturação das carreiras, reajustes salariais e a recomposição da Educação, em linha com outras Instituições Federais.
Em entrevista ao JornalZero75, o professor Sudelmar Fernandes enfatizou que a greve tinha um propósito claro e fundamentado. Ele destacou a importância da negociação com o governo, ressaltando que as propostas apresentadas até o momento não atendiam às demandas do movimento. A falta de verbas para os institutos federais, especialmente para pesquisas e assistência aos alunos, era uma das preocupações centrais.
‘E importante colocar que os trabalhadores, os servidores da educação federal, no nosso caso dos institutos federais, a gente não está fazendo a greve simplesmente por fazer greve. É importante deixar claro que há um ano que vimos buscando uma forma de negociação com o governo e até esse momento as propostas apresentadas não foram satisfatórias para aquilo que o movimento revindica. Nós estamos entre as nossas pautas de evidência. Comunicações, a recomposição das verbas dos institutos’,afirmou.
Durante a ação, foram oferecidos serviços à comunidade, como aferição de pressão arterial e glicemia capilar, realizados pela equipe de enfermagem do IF Baiano. Além disso, barracas com exposições de projetos, feirinha agroecológica e apresentações artísticas estavam disponíveis durante todo o evento, envolvendo a comunidade na ação.
A pedagoga Luciene Santos ressaltou a importância de explicar à comunidade os motivos da paralisação, para que todos compreendam a necessidade da greve na defesa dos direitos dos servidores.
‘Eu acho que é uma ação muito importante porque a gente vem demonstrar para a comunidade local, quais são as razões, o que nos move, enquanto movimento, para a gente estar agora num processo de reivindicação, de melhorias das condições de trabalho, de melhorias das nossas carreiras, de melhoria de recomposição salarial, para que a comunidade entenda que é um processo necessário, desde quando a gente vem atravessando um período de mais de seis anos, sem nenhum aumento, sem nenhuma recomposição, sem restabilizamento do orçamento público para a educação federal’.
Alunos, como Edson Carvalho, também participaram da atividade, reconhecendo os desafios causados pela greve, mas destacando sua importância não apenas para os servidores, mas para todo o Campus.
‘É notório afirmar que a greve traz consigo diversos problemas, dentre eles o atraso do ano letivo, que é muito maléfico para a gente como aluno. Além disso, a instituição oferece diversos serviços para diversas comunidades e ajuda diversos alunos, com auxílios, alimentação, dentre outros. Com a escola fechada, isso acaba prejudicando também esses alunos que dependem da instituição. E é importante destacar que a greve não vem como objetivo apenas em reajuste salarial dos servidores, mas como melhoria de forma geral para o campus, o que é benéfico para a gente, aluno também’.
Carvalho enfatizou a participação dos alunos como parte de sua formação política, destacando que a greve era mais do que apenas uma reivindicação salarial, mas uma busca por melhorias gerais para o campus, o que beneficiaria também os estudantes. Para ele como jovem negro do Recôncavo, a greve representava uma oportunidade de ampliar suas perspectivas e enxergar além das limitações sociais, graças à estrutura e qualificação dos profissionais do Instituto Federal.
Compartilhe esta notícia
Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Jornal Zero75. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.