Presidente estadual do PRD – partido que surgiu da fusão entre o Patriota e o PTB – Francisco Elde garante que, enquanto estiver à frente da agremiação, ela estará alinhada ao grupo político liderado pelo ex-prefeito ACM Neto e pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis (ambos do União Brasil). A legenda “herdou” o número 25, que era usado pelo DEM, antes de virar União Brasil.
“Eu tive uma conversa com a Executiva Nacional sobre nosso posicionamento, existe a representativa do 25 na Bahia. Enquanto estiver no comando do partido, ele vai seguir Bruno e Neto. Com a tranquilidade de que ele não vai tomar decisão contrária ao que for acordado com Neto e com Bruno depois da eleição”, afirmou, ao Se Ligue Bahia, que publicará, toda segunda-feira, uma entrevista exclusiva com os mais diferentes agentes políticos do estado.
Elde, que atualmente é chefe de gabinete de Bruno Reis e Ana Paula Matos, falou ainda sobre a perspectiva do partido para a Câmara Municipal de Salvador e sobre a organização política da base na capital.
Confira, abaixo, a entrevista completa:
SLB Entrevista – queria que você falasse um pouco da sua vida política. É seu primeiro partido?
Francisco Elde – Não é meu primeiro partido. Era do PPS, que depois virou Cidadania, em 2011. Mas eu não tinha atuação partidária, acabei assumindo a provisória em 2022, mas sem muita atuação. Eu tive atuação sempre muito em bastidor, na política estudantil, fui presidente de Diretório Acadêmico. Em 2015 fui para a Semps, com Ana Paula Matos. Bruno Reis era o secretário. Eu sou engenheiro de produção e tinha que organizar a logística, Ana brinca que comecei como estagiário. Em 2006 trabalhei na reeleição de Neto, em 2020 estava mais à frente na coordenação de Ana e Bruno e desde 2022, eu era chefe de gabinete de Ana Paula e no início de 2022 eu fiquei chefe de gabinete de Bruno e de Ana. Ele passou a perceber minha relação com a base política e agora teve a confiança me indicou à presidência do PRD.
SLB Entrevista – Como surgiu o convite para assumir o PDR na Bahia?
FE – Eu tinha recebido uma sondagem de vereadores do UB, no final do ano passado, e eles sondaram se eu aceitaria ser presidente do União em Salvador. Eles queriam me indicar. Mas o partido já estava mais decidido por Luciano Simões Filho, existiam conversas de Bruno sobre o PRD e ele já visualizava que eu seria esse nome. Aí abordamos a possibilidade do União. Ele me fez um convite/missão. É uma honra ter essa confiança. Ele me pediu atenção especial em Salvador e RMS. Onde já temos a definição do partido, como Camaçari, Dias D’ávila, e no interior já recebi muitos contatos dos deputados e estamos fazendo a harmonia com os deputados e Neto. Já me organizei para receber as demandas e me surpreendi, tenho recebido muito contato de pessoas que querem ser candidatos com o número 25. Aqui tem uma comoção grande do 25. A missão é organizar Salvador e as maiores cidades.
SLB Entrevista – Desde Neto, os partidos que orbitam o governo são usados para abrigar aliados. Será assim no PRD?
FE – Temos 32 vereadores e sempre engordo essa conta com suplentes de peso. Palhinha, Felipe Lucas, Alberto Braga. Temos um pelotão de acima de 5 mil votos que passa de 40 nomes. Se formos pegar uma média, seriam quatro vereadores. Estamos fazendo, estudando, é um balanceamento dos candidatos pela votação, pela capacidade eleitoral. Você tem Alberto Braga que não é vereador e tem sete mil votos e você tem nomes com três mil votos que estão no mandato. Vamos balancear de forma com que todos os partidos elejam um vereador com cinco ou seis mil votos. Vamos receber vereador de mandato no nosso partido.
SLB Entrevista – O seu ingresso na presidência do partido é um recado claro ao governo Jerônimo?
FE – Eu tive uma conversa com a Executiva Nacional sobre nosso posicionamento, existe a representativa do 25 na Bahia. Enquanto estiver no comando do partido, ele vai seguir Bruno e Neto. Com a tranquilidade de que ele não vai tomar decisão contrária ao que for acordado com Neto e com Bruno depois da eleição. Temos isso bem claro. Até a eleição o partido está com uma pessoa e depois muda. Nossa história não dirá isso. Aprendi com Bruno, com Ana, eles me ensinaram que é melhor sair da política a ter que ser desleal. Isso nos inspira e mostra como deve ser a caminhada na política.
SLB Entrevista – Como vocês vão montar a chapa de vereadores? Vão aceitar pessoas com mandato?
FE – Devemos receber quatro vereadores de mandato. A gente precisa entender a organização dos partidos para saber quantas vagas vamos disputar. Tenho dois vereadores: José Antônio, que deve ficar e outro é Átila, que me disse que vai pro PMB para organizar lá. A chegada do PRD é um respiro pra base, vamos ter um partido a mais. Sei meu papel na política e gosto dele. Não tenho nenhum projeto de candidatura, não tenho esse sonho. Não tenho interesse próprio. Sempre digo às nossas lideranças que meu principal objetivo é reeleger Bruno e Ana e ampliar nossa base na Câmara. Não sou candidato, não serei em 2026, tenho essa tranquilidade.
Via Se Ligue Bahia
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