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Dúvidas sobre o exame toxicológico? Especialista de trânsito da AND responde

Dia 28 de dezembro encerra o prazo para os motoristas profissionais que estiverem com o exame toxicológico vencido, fazerem a renovação nos laboratórios credenciados pela Senatran (Secretaria Nacional de Transito).

Conforme a Resolução do Contran Nº 1002/23, o exame é exigido para condutores das categorias C, D e E, independente do veículo que estiverem dirigindo, e se exercem ou não atividade remunerada.

O especialista de trânsito e assessor da Associação Nacional dos Detrans (AND), Julyver Modesto de Araújo, elaborou um material esclarecendo as principais dúvidas dos condutores.

  1. Quem é obrigado a realizar o exame toxicológico?

R.: Todo condutor das categorias C, D e E, na obtenção e renovação destas categorias, e, ainda, no caso dos condutores com idade inferior a 70 anos, de forma intermediária, a cada 2 anos e 6 meses (independente do tempo de validade da sua CNH).

  1. O condutor que possui categorias C, D ou E, mas não exerce atividade remunerada,
    também é obrigado a realizar o exame toxicológico?

R.: Sim. A exigência refere-se à categoria de habilitação e não à atividade remunerada.

  1. O condutor que possui categorias C, D ou E, mas não dirige veículos para os quais se exigem uma destas categorias, é obrigado a realizar o exame toxicológico?

R.: Sim. A exigência refere-se à categoria de habilitação e não aos veículos conduzidos.

  1. Todos os condutores das categorias C, D e E precisam realizar novo exame toxicológico até dia 28 de dezembro de 2023?

R.: Não. A exigência aplica-se apenas aos condutores que realizaram, ao menos uma vez, na obtenção ou renovação destas categorias e deveriam ter feito o intermediário (após 2 anos e 6 meses da emissão da CNH) mas não o fizeram.

  1. Como o condutor consegue saber se precisa ou não realizar novo exame toxicológico?

R.: Por meio da Carteira Digital de Trânsito, que informa a data de validade do exame toxicológico realizado anteriormente. Se estiver dentro da validade, não precisa realizar novamente. Se já venceu, tem até 28 de dezembro de 2023 para regularizar. Também é possível conferir por meio da data de emissão da sua CNH, pois o exame intermediário somente é obrigatório após 2 anos e 6 meses da sua emissão.

  1. Os condutores que necessitam realizar o exame toxicológico até 28 de dezembro precisam comparecer ao Detran ou encaminhar o resultado do exame toxicológico, para regularizar sua situação?

R.: Não, pois a informação é encaminhada diretamente pelo laboratório credenciado.

  1. O que acontece ao condutor das categorias C, D ou E que não realiza o exame toxicológico exigido para a obtenção ou renovação destas categorias?

R.: Ele não conseguirá dar prosseguimento à emissão de sua CNH. Se dirigir veículo sem este exame (consequentemente, com a CNH vencida) cometerá infração de trânsito do artigo 165-B do CTB, sujeita à multa de natureza gravíssima multiplicada por cinco (1.467,35) e, em caso de reincidência no período de até doze meses, multa multiplicada por dez (2.934,70) e suspensão do direito de dirigir.

  1. O que acontece ao condutor das categorias C, D ou E que realiza o exame toxicológico exigido para a obtenção ou renovação destas categorias e tem resultado positivo para o uso de substâncias psicoativas?

R.: Ele não conseguirá dar prosseguimento à emissão de sua CNH. Se dirigir veículo com o resultado positivo (consequentemente, com a CNH vencida) cometerá infração de trânsito do artigo 165-C do CTB, sujeita à multa de natureza gravíssima multiplicada por cinco (1.467,35) e, em caso de reincidência no período de até doze meses, multa multiplicada por dez (2.934,70) e suspensão do direito de dirigir.

  1. As infrações dos artigos 165-B e 165-C ocorrerão apenas quando for conduzido um veículo que exija categoria C, D ou E, ou independe do veículo? Se, por exemplo, o condutor estiver com um automóvel ou motocicleta, também será infração de trânsito?

R.: Pela redação atual dos artigos 165-B e 165-C, na condução de qualquer veículo.

  1. O que acontece ao condutor das categorias C, D ou E que não realiza o exame toxicológico intermediário (a cada 2 anos e 6 meses)?

R.: Para quem já está com este exame vencido (e que deve regularizar até 28NOV23), após 28 de janeiro de 2024 (30º dia após o vencimento do prazo de regularização estabelecido pela Resolução do Contran n. 1.002/23):

  • se dirigir veículo sem este exame, cometerá infração de trânsito do artigo 165-B do
    CTB, com multa de natureza gravíssima multiplicada por cinco (1.467,35) e, em caso de
    reincidência no período de até doze meses, multa multiplicada por dez (2.934,70) e
    suspensão do direito de dirigir; e
  • se não dirigir veículo neste período, também estará sujeito à sanção administrativa, em
    decorrência da infração do artigo 165-D do CTB, com multa multiplicada por cinco
    (1.467,35), a ser aplicada pelo órgão ou entidade executivos de trânsito de registro da CNH.

Obs.: Para quem está com o exame dentro da validade, as consequências acima ocorrerão após 30 dias do vencimento do prazo dado a cada condutor, conforme informação na CDT.

  1. A multa do artigo 165-D (que tem sido chamada “multa de balcão”) é automática? Será aplicada pelo Detran tão logo encerre o prazo de regularização de cada condutor?

R.: Não, tendo em vista que toda multa de trânsito, para ser imposta, deve cumprir as formalidades do processo administrativo: lavratura de auto de infração de trânsito, expedição da notificação da autuação e interposição de defesa prévia pelo infrator, para, somente depois, ser expedida a notificação da penalidade (multa propriamente dita). Ressalta-se que esta infração havia sido incluída no CTB, inicialmente, pela Lei n. 14.071/20,
especificamente no parágrafo único do artigo 165-B; entretanto, a Lei n. 14.599/23 alterou a sua redação, inserindo novo texto no artigo 165-D (vetado pelo Presidente da República e com veto derrubado pelo Congresso Nacional). Por este motivo, tratando-se de uma infração nova, ainda falta regulamentação específica do Conselho Nacional de Trânsito, bem como alterações sistêmicas necessárias para a imposição desta multa, em especial quanto aos seguintes aspectos:

I) determinação do momento em que a multa será aplicada: se exatamente no 31º dia após o encerramento do prazo ou somente quando da renovação da CNH no órgão de trânsito (o antigo parágrafo único do artigo 165-B referia-se ao momento de renovação da CNH, mas isto não está escrito na atual redação do artigo 165-D);

II) criação do código de enquadramento específico (se haverá um código novo ou se será usado o que fora criado para o antigo parágrafo único do artigo 165-B);

III) como será registrada, no sistema, uma penalidade sem a identificação de qualquer veículo (por enquanto, vigora a Resolução do Contran n. 926/22, que versa sobre infrações cometidas por pessoas físicas e jurídicas sem utilização de veículos e menciona o antigo parágrafo único do artigo 165-B, mas não esclarece como esta multa será inserida no sistema apenas com o registro de habilitação do infrator, tampouco quais serão os
desdobramentos do seu não pagamento);

IV) quais serão os procedimentos para casos específicos como: O “rebaixamento” de categoria, antes da renovação da CNH, afasta a aplicação da multa? Se não forem feitos 2 ou 3 exames intermediários, caberá apenas uma multa ou uma para cada omissão? (tais questões eram abordadas pelas Resoluções n. 923/22 e 985/22 – esta, o Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito – mas se referiam ao antigo parágrafo único do artigo 165-B,
que possuía redação um pouco diferente do atual artigo 165-D).

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