Bahia

Bahia registra mais de 2.304 casos de HIV e 9.443 de sífilis em 2023

No mês de dezembro é iniciada a campanha “Dezembro Vermelho”, que alerta a população para prevenir as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). No Brasil, o alerta é reforçado após os casos de HIV/AIDS e Sífilis registrarem um aumento entre homens de 15 a 29 anos. O índice cresceu em 2023 nesta faixa etária e chegou a 53,3%, em 2021, em infectados de 25 a 29 anos. 

Já a Bahia registrou 2.593 casos de HIV e taxa de incidência 18 casos por 100 mil habitantes em 2022. Neste ano, 2.304 casos da doença e uma taxa de incidência de 15 casos por 100 mil habitantes, conforme levantamento da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (Sesab). 

Outra infecção sexualmente transmissível que registrou casos na Bahia foi a sífilis. O levantamento da Sesab indicou que o estado teve, em 2021, 8.002 casos de Sífilis. Em 2022, foram 9.637 notificações da infecção e, já neste ano, foram 9.443 casos da enfermidade. A infecção registrou uma variação de 18%. Segundo a infectologista Sylvia Lemos, o número de casos é existente por conta do comportamento da população durante as relações sexuais. 

“É uma doença decorrente do comportamento e da decisão individual. Depois que faz a prática de risco, eu recebo muito no meu consultório pessoas que ficam preocupadas, pois no dia seguinte, quando acorda, lembra da situação de risco e começam a procurar exames e soluções por conta do medo de ter pego principalmente o HIV”, explicou. 

A especialista disse ainda que diferentes fatores influenciam a notificação da doença na Bahia, mas que o preservativo ainda segue como a principal maneira de prevenção. 

“A aids é uma doença que é relativamente difícil de ser controlada, pois envolve sentimento, estilo de vida e prazer sexual. Apesar de todo o incentivo ao uso de preservativo, outros fatores envolvem a possibilidade de contaminação”, afirmou. 

No documento, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) apontou que “o avanço no tratamento com o uso adequado de antirretrovirais é a principal causa na mudança do perfil epidemiológico da doença, permitindo melhor qualidade de vida e aumento da longevidade às pessoas que vivem com o HIV”. 

OUTROS NÚMEROS DE HIV 

Observando dados anteriores é possível reparar que, entre 2014 a 2019, foi constatado um crescimento exponencial na taxa de detecção dos casos de HIV e queda na taxa de detecção da aids. Entre o período de 2020 a 2021, houve um declínio das notificações dos casos, o que pode estar relacionado com a ocorrência da pandemia Covid-19, quando o número de testados caiu.

Conforme os dados do boletim, no período analisado, 4.289 gestantes foram diagnosticadas com HIV. Durante o ano de 2017, 489 gestantes testaram positivo para o vírus, o que representa uma taxa de incidência de 2,4 por mil nascidos vivos (NV). Em crianças de até 5 anos, foram identificados 48 casos de HIV e 110 casos de aids. Esse dado deixa o Estado bem distante da meta preconizada, que é de nenhuma ocorrência para transmissão vertical.

A técnica do Programa Estadual de Infecção Sexualmente Transmissível, Myllene Almeida, avaliou os números que foram notificados neste ano. Para Myllene, o número deste ano ainda é menor em comparação ao ano passado, pois alguns casos ainda não foram registrados. No entanto, a técnica indicou que os dados de 2023 devem seguir o “ padrão” de 2022. 

“Esses dados ainda não estão fechados, então não posso dizer que a quantidade de casos notificados foi menor pois ainda não foram fechados. Ainda têm notificações para serem digitadas para entrar no sistema. Acredito que a quantidade de casos notificados será padrão mesmo”, disse. 

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