Geral Reflexão Por: Ygor Coelho

Reflexão por Ygor da Silva Coelho – SILVANA ANTAR: Se todos fossem iguais a você…

Acabei o giro pela cidade na minha caminhada matinal. Já não me surpreende o mato no passeio do professor, o lixo na porta do cientista, o entulho na calçada do político que já correu o mundo e parece que não assimilou nada lá fora.

-Lixo virou hábito, uma questão cultural!  Assim tenta explicar-me um “erudito” de plantão…

Mas mantenho a rotina das caminhadas, tirando a vista dos maus hábitos e me concentrando no que há de belo. É quando me defronto com o terreno de Silvana Antar. Poderia ser apenas um lote vazio, cercado por um muro. No entanto, ela fez do muro um poema. Construiu com tijolinhos à vista, pintou um detalhe com cor vibrante, fez um canteiro de flores na frente, o desenho de um regador, no portão cresce uma guirlanda e por detrás pitangueiras florescem.

Algumas ruas adiante, já próximo à Catedral, outra iniciativa me surpreende pela beleza: Sombrinhas multicoloridas enfeitam o céu e a calçada de um restaurante.

É por atitudes assim que a gente se apaixona por cidades como Gramado-RS, Joinville-SC, Monte Verde-MG, dentre outras. Por lá vemos samambaias, orquídeas e hortênsias penduradas nos postes  de iluminação.

Enquanto caminho relembro que quando cheguei a Cruz das Almas a população era de pouco mais de 20 mil habitantes. Embora menino, procedente das terras do cacau, senti na cidade um ar aristocrático, resultado da educação e da influência universitária, razões da minha vinda.

O crescimento mudou Cruz das Almas. Hoje se aproximando dos 80 mil habitantes, a cidade ganhou movimento, comércio dinâmico, clínicas, escolas, novas faculdades e gente nova. Por outro lado, perdeu clubes, cinemas, um antigo charme “Belle Époque”, tranquilidade e tudo mais que caracteriza uma cidade grande.

O tempo passa, a economia é competitiva, e Cruz das Almas ainda precisa vencer barreiras, desenvolver seu potencial, inclusive turístico.

É por isso que, quando vemos atos de amor e de cidadania, como vi hoje, cresce a nossa capacidade de acreditar e de sonhar.

Que cada munícipe seja um agente, um protetor desse outrora paraíso, semeando ações, plantando flores, colhendo admiração.

Parabéns, Silvana Antar! Ah, se todos fossem iguais a você! A cidade seria outra!

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