Gastos no cartão corporativo da Presidência da República durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) foram revelados na última quinta-feira (12), depois de um período de sigilo sob o argumento de preservação da segurança do ex-mandatário do país e de seus parentes. Os números mostram gastos expressivos durante motociatas em, ao menos, três ocasiões, de acordo com dados analisados pelo Estado de S. Paulo.
Em maio de 2021, na véspera de uma motociata realizada no Rio de Janeiro, foram gastos R$ 33 mil em uma panificadora. Entre os dias 9 e 10 de julho, na Serra Gaúcha e em Porto Alegre, onde também foi feito um encontro entre apoiadores de moto, foram mais R$ 166 mil no cartão corporativo, em 46 despesas, concentradas em hospedagem, alimentação e combustível. Outro caso aconteceu em Ribeirão Preto, em maio de 2022, onde foi realizado pagamento de R$ 16 mil em uma padaria.
Durante seu governo, Bolsonaro disse ao menos 15 vezes em lives que não utilizava o cartão corporativo para despesas pessoais. “O meu particular, eu posso sacar até R$ 25 mil por mês e tomar em tubaína. Nunca saquei um centavo”, disse o presidente, no dia 1.º de setembro do ano passado. A divulgação dos extratos, no entanto, mostra que isso não era verdade e detalha como ele usava o dinheiro da conta privativa de presidente da República.
Dados obtidos pela agência Fiquem Sabendo indicam que a Presidência na gestão Bolsonaro gastou ao menos R$ 27,6 milhões com cartão corporativo. Os valores ainda podem ser maiores porque nem todos os dados de despesas com cartão foram consolidados.
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