No domingo, mais de 156 milhões de brasileiros vão depositar seu voto em uma urna eletrônica, sistema que virou alvo de questionamentos desde que Jair Bolsonaro (PL) colocou em dúvida, sem provas, a lisura do processo. As urnas começaram a ser implementadas no Brasil nos anos 1990 e nunca apresentaram qualquer indício de fraude. Antes disso, a votação era feita em cédulas de papel, demorava horas, e a contagem dos votos se arrastava por dias.
Em 1996, mais de 32 milhões de pessoas – um terço dos eleitores da época – votaram pela primeira vez em uma urna eletrônica. Mais de 70 mil equipamentos foram distribuídos por 57 cidades, incluindo 26 capitais, para a realização das eleições municipais. A história das urnas, no entanto, começa um pouco antes.
O primeiro passo para a adoção do sistema informatizado de votação foi dado em 1985, com o cadastro único e automatizado de eleitores. Antes disso, não havia um registro nacional, o que dava margem a fraudes. Por quase dez anos, técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trabalharam no desenvolvimento de um equipamento que fosse ao mesmo tempo seguro e adaptado para a realidade brasileira – a ideia sempre foi usar uma solução nacional. Nas eleições de 1994, foi feito pela primeira vez o processamento eletrônico do resultado das eleições gerais e o que antes demorava dias passou a ser feito em horas.
A eleição de 2000 foi a primeira totalmente informatizada e, desde então, a Justiça Eleitoral vem submetendo o sistema a testes de segurança. Vale lembrar que, ao contrário do que pregam algumas campanhas de desinformação, elas não são conectadas à internet, só rodam o software oficial do TSE e não podem ser hackeadas. E, não, não existe uma sala secreta do TSE para a apuração dos votos.
Estadão
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