Há mais de quatro décadas, quando se definiu a planta do Polo Industrial de Camaçari, que na época ainda era apenas petroquímico, decidiu-se chamar as ruas do local com os nomes de elementos da tabela periódica. Quis o destino que uma delas se chamasse Hidrogênio e é justamente lá onde será instalada a primeira fábrica de hidrogênio verde comercial do Brasil e a maior do tipo no mundo.
Responsável pelo projeto, a Unigel anuncia oficialmente hoje o investimento de US$ 120 milhões – aproximadamente R$ 650 milhões – para produzir pela primeira vez no país o “combustível do futuro” em escala comercial, a partir de dezembro de 2023. Inicialmente, a unidade terá capacidade de produzir 10 mil toneladas de hidrogênio verde por ano e 60 mil toneladas/ano de amônia verde.
A nova fábrica deve estimular a economia local, com geração de pelo menos 500 empregos diretos e indiretos. Na segunda fase do projeto, prevista para entrar em operação até 2025, a companhia deve quadruplicar a capacidade de produção.
A fabricação de hidrogênio e amônia verdes já é um desdobramento de outras ações que a Unigel tem feito, como a parceria para produção de energia eólica, em valor superior a R$ 1 bilhão, com a Casa dos Ventos. “A Unigel está focada em investimentos que permitam a descarbonização de suas operações e também contribuindo com soluções para a indústria”, declara Roberto Noronha Santos, CEO da Unigel.
Além de alimentar os sonhos de uma fonte energética livre de carbono, a produção do hidrogênio verde e a sua conversão para amônia verde representa o horizonte de uma produção agrícola mais sustentável, com os chamados fertilizantes verdes.
Roberto Noronha Santos destacou, durante uma conversa com um pequeno grupo de jornalistas brasileiros e estrangeiros ontem em Camaçari, que a empresa está saindo na frente dos concorrentes em dois anos graças à estrutura que ela já possui na Bahia. “Camaçari tem bastante investimentos nossos. É o único local em que temos todas as nossas linhas de produtos”, destaca. Ele aproveitou para lembrar de um outro investimento da empresa que está em andamento no polo, de R$ 500 milhões para a produção de ácido sulfúrico.
“Este aqui é o maior polo petroquímico do Brasil. Aqui mesmo já temos demanda suficiente para bancar a fábrica”, diz. “O que nos levou a escolher o local é que já temos a estrutura pronta para converter o hidrogênio em amônia verde. Já tem o terminal de amônia no Porto de Aratu, tanques de amônia, planta de amônia”, diz. Por isso, todos os outros projetos anunciados estão previstos para os anos de 2025 e de 2026, completa.
Luiz Felipe Fustaino, diretor executivo da Unigel, lembrou que nos últimos anos foram anunciados diversos projetos para a produção de hidrogênio verde, mas nenhum em escala comercial, pondera. “A expectativa é de termos a planta pronta até o final de 2023 e aí teremos a maior fábrica de hidrogênio e de amônia verde do mundo, focando em clientes brasileiros que estão buscando alternativas de descarbonização”, completou.
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