De 28 de agosto a 1º de setembro, a Embrapa Mandioca e Fruticultura, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Pecuária e Abastecimento, e a Agência Internacional de Energia Atômica, vinculada à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO, estão realizando, em Cruz das Almas (BA), o “Curso de formação regional para resistência ao Fusarium via mutagênese em bananeira”.
Murcha de Fusarium
O fungo pode entrar por diferentes vias: solo contaminado carregado em sapatos, ferramentas, mudas de bananeira (visivelmente sadias, mas infectadas) e plantas ornamentais, que podem também ser hospedeiras.
As pesquisas já desenvolvidas pela Embrapa nas áreas de melhoramento genético e de manejo da doença em relação às raças existentes no Brasil são um marco referencial para o combate de um eventual surto de R4T no país. A Embrapa monitora as populações do patógeno existentes no território brasileiro, o que auxiliará na seleção e na recomendação de variedades e até numa detecção oportuna de um foco.
A doença já ocorre na Austrália, Filipinas, Malásia, Indonésia, Taiwan, China, Omã, Jordânia, Moçambique, Colômbia e Peru, onde o foco foi identificado em 2020. A presença da praga em dois países vizinhos com fortes laços de amizade e comerciais deixa o Brasil em permanente estado de alerta.
O treinamento é destinado a técnicos de países da América Latina e do Caribe com programas de melhoramento genético por mutação em andamento ou que estejam iniciando o desenvolvimento de variedades de banana e plátano com resistência a Fusarium oxysporum f.sp cubense, raça 4 Tropical (Foc TR4), responsável pela murcha de Fusarium, a doença mais destrutiva da cultura, ainda sem controle definitivo e presente naquele país desde 2019. São 12 participantes oriundos da Colômbia, Costa Rica, México, Peru, Venezuela e Áustria, além de dois representantes do Brasil.
Além de diversas atividades práticas nos laboratórios de Fitopatologia e de Cultura de Tecidos da Embrapa, o grupo vai visitar as áreas experimentais do programa de melhoramento genético da bananeira – o Banco Ativo de Germoplasma, os blocos de cruzamentos, os blocos de novos híbridos e o bananal do tipo Cavendish.
Fazem parte da programação três palestras: “Fusarium no Brasil: situação atual e riscos com R4T” (Fernando Haddad), “Métodos aplicados de cultura de tecidos para a propagação de bananas e plátanos” (Janay dos Santos-Serejo) e “Indução de mutações em plantas” (Augusto Tulmann Neto).
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